Paulo Candéa 1 de dezembro de 2016

paulo candea acupuntura japonesa

O maior invento da Acupuntura Japonesa foi a canaleta de inserção, descoberta pelo acupuntor e massoterapêuta Waichi Sugiyama, que era deficiente visual, o qual chegou a tratar do 5º Shogun Tsunatoshi em meados do século 17.

A partir desse invento, agulhas japonesas passaram a ter característica diferente das tradicionais. Para passar inteiramente pela canaleta, o anel da extremidade superior do manípulo foi eliminado. A técnica com a canaleta viabilizou a inserção de agulhas cada vez mais finas, de metais maleáveis como ouro e prata. Essas agulhas finas permitiram a descoberta de pontos superficiais sobre o fluxo energético sub-cutâneo. Técnicas de tonificação e sedação tornaram-se mais precisas, requerendo para tanto um melhor treinamento, além de exigir sensibilidade mais acurada do praticante. Maior ênfase foi dada então ao tratamento dos desequilíbrios energéticos, fortalecendo correntes teóricas que pleiteavam a retomada de leis de transformação do Ki inicialmente pregada nos clássicos chinêses “Somon e Reissú” (Suwen e Ling shu), Livros do Imperador Amarelo.
Do ponto de vista do paciente, o uso da canaleta resultou na diminuição, até mesmo na eliminação completa de dor sentida, quando a agulha penetra pela região sub-cutânea, onde se concentram as extremidades dos nervos sensitivos. Pode-se dizer que a grande vantagem do acupuntor japonês é a sua habilidade no manuseio da canaleta, na inserção indolor das agulhas.

Inovações recentes na Acupuntura Japonesa modernamente outras inovações foram acrescidas.
As agulhas são hoje fabricadas com aço inoxidável, mais resistentes a temperatura, o que permite a esterilização completa com uso de autoclaves.
No terreno de pesquisas, foram descobertas diferenças de sensibilidade a calor entre os meridianos, aplicadas hoje em diagnósticos de desequilíbrio energético. Inventou-se a técnica de agulha sub-cutânea para restabelecer esse desequilíbrio, o que abriu novos horizontes nos tratamentos de casos mais sutis. A descoberta da sensibilidade a calor favoreceu a pesquisa posterior de diferença de potencial elétrico entre os meridianos, dando origem ao método Ryodoraku, de tratamento por estimulação elétrica. E mais recentemente, pesquisas no campo eletromagnético têm levado ao reconhecimento do uso de ímãs nos pontos de Acupuntura.
Podemos, enfim, afirmar que a medicina oriental no Japão se caracteriza pela convivência do tradicional com o moderno, da filosofia taoísta com a ciência moderna, refletindo a característica atual da sociedade e cultura japonesa.

Obs: Imagem enviada pelo autor.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


busca
autores

Autores

biblioteca

Biblioteca

Entrelaços do Coração é uma revista online e sem fins lucrativos compartilhada por diversos autores. Neste espaço, você encontra várias vertentes da literatura: atualidades, crônicas, reportagens, contos, poesias, fotografias, entre outros. Não há linha específica a ser seguida, pois acreditamos que a unidade do SER é buscada na multiplicidade de ideias, sonhos, projetos. Cada autor assume inteira responsabilidade sobre o conteúdo, não representando necessariamente a linha editorial dos demais.
Poemas Silenciosos

Flickr do (Entre)laços
[slickr-flickr type=slideshow]