[email protected]
domsebastiaoarmandogameleira.com
(cf. Sl 42, 8-11)
Dedicado à “Fraternidade do Discípulo Amado”, da Serra do Catita, Colônia de Leopoldina, AL
Do alto da serra
rolam imensos
flocos de algodão
imóveis
imaculados
ainda mais brancos
pelo esplendor
do brilho do sol
a derramar-se sobre o “véu da noiva”
as águas a correr
sobre o negro das rochas
vistas à distância
ao primeiro olhar
pareciam paradas.
Lá embaixo
em seu leito de pedra
qual enamorado
em ansiosa expectativa
o rio as espera
potente, fecundo a irrigar
os caminhos da Fraternidade
E com voz rouca
sem parar
a chamar e chamar
a correr por entre rochedos
bancos de areia, plantas vivas
e passos humanos
a nos braços levar
a torrente da Graça.
No negro escuro
da escarpada rocha
e no branco luminoso
das águas a rolar
em cachoeira
fronteira
entre vida e morte
tal como nas fontes batismais
a Graça a fluir
entre morrer e reviver
a escuridão da noite
e o brilho do dia
o silêncio de contemplação da Beleza
e o fragor das cataratas
vozes roucas
de multidões sem nome
invisíveis
em pranto, grito
clamor que sobe
contra corrente
da escuridão dos abismos.
E o rio da vida
a gemer e correr
por entre rochedos
bancos de areia, plantas,
flores
e cores
e passos humanos
os pés no caminho
e nos braços a levar
a torrente da Graça.
Obs: Fim de semana de 11-12 de Outubro, 2015 (junto com Madalena)
Imagem enviada pelo autor.
Bispo Emérito da Diocese Anglicana do Recife
Igreja Episcopal Anglicana do Brasil – IEAB…..