Hoje, o canto dos pássaros, na verdade
Pode ecoar mais alegre ou triste.
E da paisagem a cor, se diferenciar com o palpite.
Acentuando em mim, a complexa camada de ilusão.
Onde o sentimento sentido sente assim o peso do sentir.
Matando minha forma clássica de emoção
Antes da chegada do último degrau da sanidade.
Porque entre extremos vivo, e ausentando-se o equilíbrio:
Resta-me unicamente a indiferente sensação de existir.
Vagar no limbo atônito do limo das aparências,
Viver para olhar a decrepitude humana.
Estar aqui e testemunhar a decadência
Que emana firme perante meus olhos.
E assim fazer estímulo com o resíduo.
Então adubar esta empobrecida terra,
Solo rebelde e inconstante que guarda o juízo
No extremo canto de uma esfera.
Para que a alegria possa enfim florescer.
Abrir novamente um ciclo.
Fazer poesia,
Ir até onde a esperança dorme.
No esplendoroso sorriso de um amanhecer.