E eis que a vida é, sem dúvidas, passageira. Cheia de mistérios e datada por um tempo finito, porém com possibilidades gigantescas.
Resta-nos “saboreá-la” da melhor maneira.
Como bem afirma Hermínio Sargentim “O ser humano já nasce grávido da morte”, porém é uma gestação repleta de coisas inesperadas. E temos que ter o cuidado para não parirmos precocemente, mas as imprudências nos levam a cometer excessos e às vezes partimos prematuramente.
Diz um irmão religioso verbita “que com a Dama da Foice não tem conversa”, quando ela vem, traz apenas o bilhete de ida, e não sabe se compadecer dos seus escolhidos. Chega e logo estende a senttença com doenças, acidentes, brigas…Enfim, uma desculpa. Sim, uma simples desculpa.
E hoje cedo foi a vez de um conhecido, quase amigo. Antonio Livino ou Antonio Gaúcho e tantos outros apelidos que ele adquiriu ao longo da vida. Dessa a vez a silenciosa Dama lhe feriu no coração e lhe tirou o direito de continuar vivo. Ora, seu direito expirou justamente hoje.
Uma madrugada sem diálogo e no frio típico desse horário seu coração parou. Sua última parada, levando-o para, quem sabe, sua última morada.
Ultimamente o Livino tocava seu bar e sua Cancha de Bocha, jogo sulista, mas que já havia conquistado adeptos desta Vila de Boa Esperança. Gostava ele de bebericar sua cerveja e descontraidamente brincar com os amigos. Não posso afirmar que era um homem bom, mas era “gente boa”.
Consciente portanto, de que partirei desta, apenas peço a famosa dama que me conceda, quando chegada a hora, uma despedida numa roda de boa conversa e boa bebida com os amigos, familiares e conhecidos. Quero assim, ébrio, deixar as “luxúrias” desta vida para então seguir com esta dama para os campos do Olimpo dançar a valsa da despedida….!!!!
Obs: O autor é Professor da Rede Pública Municipal de Santarém.
Graduado Pleno em Pedagogia pela UFPA. Técnico em Educação na Rede Estadual. Especialista em Ciências Sociais para o Ensino Médio e autor do livro – Brinquedo: Contos e Poesias.