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1. O FARISEU E O PUBLICANO (Lc 18, 9-14)

Caminhando pela estrada da vida, pela estrada da vida, se formos suficientemente sinceros, e nos deixarmos trabalhar pela mão invisível, não a do Mercado, com suas ilusões consumistas e suas vãs propostas de grandeza e prestígio, mas a do Deus da Verdade e da Vida, entenderemos melhor a insistência com que Jesus, na sua caminhada, investe contra toda manifestação de orgulho e soberba, toda postura elitista e preconceituosa, toda atitude  de exclusão.

 Se havia uma coisa que ele não suportava era a humilhação de uns por outros, qualquer tipo de ostentação.

Neste sentido, poderíamos pedir licença a Lucas para que Mateus nos venha em auxílio, com a primeira das Bem-Aventuranças:

“Felizes os pobres em espírito, porque deles o Reino dos Céus!”.

Aí está o retrato falado do publicano, bem lá atrás, no templo, olhando pro chão, batendo no peito e reconhecendo, humildemente, sua condição de pecador…

 A Justiça de Deus que justifica, que faz justos os seres humanos, ela opera e se manifesta nas pessoas que se veem diante de Deus, simplesmente como filhos e filhas, ansiosos em fazer com alegria a sua vontade… e, em meio aos irmãos e irmãs, generosos no prazer de servir, sobretudo, a quem mais precisar… aqui e acolá, reconhecendo as próprias falhas e pedindo perdão…

 Acima ou abaixo disso, está o pecado, que ensoberbece a uns e desqualifica a outros…

Nosso encontro semanal, em torno da Mesa do Senhor, deveria ser como uma ciranda, onde todos e todas, de mãos dadas, elevam confiantes o olhar para o Pai, contente em poder escutar, de nossas bocas, o canto afinado da fraternidade que o glorifica.

Eu te louvo, ó Deus, ó Pai santo,
Deus do céu e senhor desta terra!
Os mistérios, ó Pai, do teu reino
Aos pequenos e humildes revelas!

2. O Documento de Aparecida

– 2007 –

* Bendizemos a Deus com ânimo agradecido, porque nos chamou para sermos instrumentos de seu reino de amor e vida, de justiça e paz, pelo qual tantos se sacrificaram. Ele mesmo nos encomendou a obra de suas mãos para que cuidemos dela e a coloquemos a serviço de todos. Agradecemos a Deus porque nos faz colaboradores seus para que sejamos solidários com a sua criação pela qual somos responsáveis. Bendizemos a Deus que nos deu a natureza criada que é seu primeiro livro para que possamos conhecer a Ele e viver nela como em nossa casa.

* Iluminados pelo Cristo, o sofrimento, a injustiça e a cruz nos desafiam a viver como Igreja samaritana (cf. Lc 10,25-37), recordando que “a evangelização vai unida sempre à promoção humana e à autêntica libertação cristã”. Damos graças a Deus e nos alegramos pela fé, solidariedade e alegria características de nossos povos, transmitidas ao longo do tempo pelas avós e avôs, as mães e pais, os catequistas, os rezadores e tantas pessoas anônimas, cuja caridade mantém viva a esperança em meio às injustiças e adversidades.

* A Igreja deve cumprir sua missão seguindo os passos de Jesus e adotando suas atitudes (cf. Mt 9,35-36). Ele, sendo o Senhor, se fez servidor e obediente até a morte de cruz (cf. Fl 2,8); sendo rico, escolheu ser pobre por nós (cf. 2 Cor 8,9), ensinando-nos o caminho de nossa vocação de discípulos e missionários. No Evangelho aprendemos a sublime lição de ser pobres seguindo a Jesus pobre (cf. Lc 6,20; 9,58). E a de anunciar o Evangelho da paz sem bolsa ou alforje, sem colocar nossa confiança no dinheiro nem no poder deste mundo (cf. Lc 10,4 ss). Na generosidade dos missionários se manifesta a generosidade de Deus, na gratuidade dos apóstolos aparece a gratuidade do Evangelho. (nºs.: *24, *26 e *31)

3. ELEIÇÕES – 2º TURNO

Em algumas cidades do Brasil, de hoje a 15 dias, será o 2º Turno das eleições municipais: uma oportunidade privilegiada de praticarmos os espírito das Bem-Aventuranças. Nosso voto e nossa militância junto às demais pessoas precisaria ser o reflexo de nossa fé no Projeto Divino, tão bem cantado pela Mãe de Jesus: dispersar os orgulhosos – derrubar os tronos dos opressores – acabar com toda a riqueza egoísta – levantar os humilhados – empoderar os fracos – saciar os famintos (cf. Lc 1,51-53)

Obs: Reginaldo Veloso de Araújo é Presbítero das Comunidades Eclesiais de Base – CEBs, no Morro da Conceição e Adjacências, Recife-PE.
Compositor litúrgico, com diversos CDs gravados pela COMEP/Paulinas e pela PAULUS

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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