O mês de novembro tem uma clara insistência. Desde o seu início, com a celebração de finados e com o domingo de todos os santos, novembro nos aponta para frente, para o desfecho, para a conclusão, para o final. Tanto na dimensão pessoal, como na dimensão cósmica.
Além das celebrações iniciais, associando finados com todos os santos, em novembro se conclui o ano litúrgico, com a festa de Cristo Rei.
Nas liturgias que precedem este último domingo do Ano Litúrgico, aparecem com insistência as predições de Cristo sobre o “fim dos tempos”, concluindo com a cena grandiosa do dia do julgamento final, que serviu de inspiração para Michelangelo pintar o famoso quadro da Capela Sistina.
Junto com o final do Ano Litúrgico, na festa de Cristo Rei, neste ano celebramos o encerramento do Ano da Misericórdia, com o fechamento de todas as Portas Santas. De tal modo que estamos bem servidos de advertência a respeito do final. Os filósofos nos advertem que o fim é o primeiro nas intenções e o último nas realizações.
Cristo nos adverte que o Pai reservou para si próprio estabelecer “a hora e o dia em que estas coisas vão acontecer”
Por isto, de nada adianta ficar especulando sobre quando e como será o final dos tempos, o fim do mundo. O importante é que, à hora em que acontecer, nós estejamos preparados, em primeiro lugar para o desfecho final de nossa vida, que por ser tão breve, o seu fim é sempre tão próximo.
Mais ainda é válida a recomendação de Cristo: “O que digo a vós, digo a todos: vigiai!”
Obs: O autor é Bispo Emérito de Jales.