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Há os que querem ter filhos há os que querem ser pais. Cada qual com suas querenças. O mundo está cheio de esperanças e desesperanças. Filhos esperados bênçãos à vista. Filhos rejeitados maldições a prazo. Berços, copos e mamadeiras esterilizados esperam uns. Córregos infectos, ambientes poluídos aguardam outros. Não há como explicar tantas diferenças. Bem, se começar a buscar razões, a nossa razão vai falhar e o raciocínio vai pro brejo. Algumas mulheres têm condições de parir e praticam o aborto. Outras precisam de inseminação para ajudar a natureza. E assim, caminha a desumanidade.
Ontem fui ao mercado do bairro. Na calçada uma cadela, pele e osso, dormia sob um sol de rachar. Era a imagem quase morta da fome e da sede. Adiante, mais dois ou três casos semelhantes. Será que eles também pecaram no paraíso? Como explicar o destino dos animais tão semelhante ao dos homens? Enquanto isto outros são criados com mais direitos e regalias do que os racionais.
Dirigindo pela avenida, presenciei cena terrível:
Uma cadelinha tentava parir e não conseguia, o feto de tamanho descomunal ficou pendurado arrastando pelo chão. Um caminhão, não sei se de propósito, ou por fatalidade, passou por cima, tornando aquela cena mais dantesca ainda. Será que a cachorrinha também comeu da maçã?
Já existem clínicas especializadas no tratamento de animais, do mesmo jeito que existem os hospitais de luxo para os mais afortunados. Enquanto alguns nascem e morrem nas ruas, sarnentos e famintos, crianças abandonadas dormem nas calçadas ou esmolando cheirando cola, jogadas ao Deus dará. E o dinheiro dos impostos que pagamos, coercitivamente, para onde vai? Por que não usamos o poder do voto para cobrar o retorno em serviços de toda esta dinheirama que nos é extorquida?
Obs: Texto do livro da autora – Doido É Quem Tem Juízo