Em um povoado do interior havia um homem com mais ou menos quarenta anos, que morava em um sítio e todos os dias saía pelas ruas distribuindo flores. Muitas pessoas, principalmente as mulheres por serem mais sensíveis, recebiam-nas e agradeciam a gentileza.
Por vários anos este ato se repetiu e com sua delicadeza premiava os moradores do arruado, embora ignorado por algumas pessoas.
Um certo dia, aquele homem humilde não apareceu com o seu bom dia, boa tarde, além das belas flores.
No segundo dia, todos sentiram sua falta.
Pela manhã do terceiro dia, a maioria da pequena população resolveu procurar sua morada.
Através de informações conseguiu encontrar uma pequena casa de taipa coberta com palha e uma única porta aberta assim como as duas janelas. Aquelas pessoas ao entrarem, inalaram um aroma agradável, era um cheiro muito forte de rosas.
Mais adiante em um canto, encostada na parede, em uma cama de varas forrada com capim, encontraram um corpo deitado sobre ela, e ali estava no rosto, o sorriso daquele que só oferecia flores.
De volta ao povoado, resolveram não irem ao campo para cultivarem a terra, pois todos viviam da agricultura.
Voltaram para sítio com suas ferramentas de trabalho e observaram que as flores foram únicas vegetações cultivadas por aquele bondoso homem. Logo a notícia se espalhou, todo povoado e os povoados das cidades vizinhas, ficaram sabendo do acontecimento, porém não apareceu nenhum familiar e a população resolveu sepulta-lo em um cantinho do sítio que não tinha vegetação e só havia terra seca, ali seria sua última morada.
Seis meses passaram, o povoado não era o mesmo e em um domingo pela manhã, os moradores se reuniram para irem ao sítio fazerem uma oração; e ao chegarem naquele cantinho de terra seca, o inacreditável aconteceu, aquela terra seca teria se transformado em solo úmido e fértil, onde nasceram lindas roseiras.
Eu pensei: aquele humilde homem que só dava flores, foram boas sementes que Deus colocou na terra.