Menino,
dos malabarismos e trampolins,
mestre do sorriso e das estripulias,
dono do “meio da rua”,
equilibrado nas próprias pernas
de “osso e de pau”.
Menino,
senhor do circo da vida:
a fome na barriga, a alegria nos lábios,
a roupa suja e maltrapilha,
a falsa aceitação de si mesmo,
os pés descalços e feridos,
passos cadenciados no sofrimento da vida.
Menino,
criança-esperança de sonhos
que são mais “espera” do que cheg“ança”
de tempos novos.
Nariz vermelho,
maquiagem camuflada,
olhos empoeirados vibrantes e eufóricos
diante dos aplausos dos passantes apressados das avenidas.
Uma palavra, um simples grito,
ecoados no meio da multidão assustada
revela a identidade.
O futuro encarcerado no presente.
Brinca com as “seriedades” do mundo dos adultos.
Gargalhando e zombando de suas “verdades-hipocrisia”,
repudia o mundo que lhe está sendo entregue
sem quase nenhuma opção.
(30.10.2009 – 21:35h – Caxias/MA)