15 de outubro de 2016
Domingo
Dia triste, como todos domingos sempre são… Telefone toca. Um grande amigo me chama pro aniversário de seu pai. Porra! Aniversário do pai do cara, coisa de família. E o cara acha que eu deveria estar lá.
Aceito o convite e me dirijo ao prédio onde estava ocorrendo a festa. Lá, me sinto muito bem. O aniversariante faz sentir-me em casa. Não existe uma interação muito grande com outras pessoas do ambiente. Mas são todos cordiais. No meio dos participantes está um sujeito estranho: mil tatuagens e adereços, mas parecia ser gente fina. Um sujeito alegre e bem interado com o pessoal. Atende pelo apedido de Sapão.
Quarta-feira
BR 101. Carro em velocidade acima do normal, mas nada diferente da prática ocorrida nas estradas desse país.
Ao que se sabe, uma moto atravessa o pára-brisa do carro de Sapão. Por sorte o companheiro de viagem se abaixa na hora pra procurar um cd, e só se levanta após a pressão do cinto de segurança em seu peito e uma roda desfigurando seu amigo de tantas jornadas.
Sexta-feira
O grande amigo, filho do aniversariante, me traz os fatos: “Sabe Sapão? Aquele cara cheiro de tatuagens que estava no aniversário do meu pai? Morreu. Estava vindo de Natal. Pois é, morreu, cara… Trinta e poucos anos… Foda isso…”
“Como assim?! Que porra é essa, cara?”
Silêncio…
“Viver é uma dádiva fatal
No fim das contas ninguém sai vivo daqui…”
