Walter Cabral de Moura 1 de outubro de 2016

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De repente, não mais que de repente
fez-se total serenidade
como se o mundo entendesse
ser preciso assemelhar-se
a um poema de Vinicius.

As moças passavam, mansas
sonhando com passarelas
ou com galãs de novela.

Rapazes iam a esmo
pensando em qual, dentre elas
queriam achar a mais bela.

De repente, não mais que de repente
o dia se fez de paz
e alguém segredou ao tempo
que relaxasse também
que esquecesse as urgências
que se deixasse embalar
pelo sussurro do vento
pelo vaivém do mar.

De repente, não mais que de repente.
na tarde que era luz
sem haver como ou por que
alguém ficou bom da dor
alguém não mais quis vingança
alguém se apaixonou
um velho teve esperança
uma menina cantou
e para espanto de quem
saía dos escritórios
dos prédios, supermercados
aquele povo, tocado
foi para a praça e dançou.

Obs: Texto retirado do livro do autor – É Lenta a Palavra Tempo –

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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