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“A desigualdade mundial está se tornando insustentável e o Brasil é um dos países mais desiguais do planeta”. A afirmação foi feita pelo economista e professor da PUC/SP Ladislau Dowbor no segundo dia do 29º Curso de Verão. Promovido pelo Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (CESEEP), o Curso que acontece na PUC/SP de 6 a 14 de janeiro, trata do tema “Economia promotora dos direitos humanos e ambientais”.

Segundo a ONG britânica Oxfam, as 85 pessoas mais ricas do mundo têm um patrimônio acumulado equivalente a 3,5 bilhões de pessoas mais pobres. Cerca de dois bilhões de pessoas vivem com menos de dois dólares por dia e cerca de 800 milhões passam fome, enquanto que, só de grãos, o mundo produz mais de um quilo por pessoa/dia. De acordo com Dowbor, o nosso problema não está na falta de conhecimento, de recursos econômicos e de produção, mas no que fazemos com o conhecimento, com os recursos econômicos e com a produção.

“Ao mesmo tempo em que temos uma tecnologia de ponta, continuamos morrendo de dengue. Se a gente distribuísse de maneira equitativa os bens no Brasil, cada família de quatro pessoas teria cerca de R$ 7 mil por mês”, explicou o economista. Para ele, a democracia econômica, ou seja, quem decide o destino do dinheiro e dos bens é nosso grande desafio. “Tradicionalmente, a desigualdade foi vista como um problema de distribuição injusta. Hoje, vemos com mais clareza que se trata de um processo mais amplo de organização econômica”.

Além disso, o professor citou o crescimento rápido da população mundial. A cada ano tem-se um aumento de 80 milhões de pessoas. Com isso, aumenta também o consumo, os problemas de saneamento básico e o aquecimento global. “O que acontece ao conjunto do planeta acontece também no Brasil. Por isso, estamos condenados a mudar”. Entre as medidas importantes destacadas estão a reorientação do uso dos recursos econômicos e a redução do consumismo. Ele mostrou que não há saídas mágicas e disse que a economia e a política são duas faces da mesma moeda.

Para Dowbor, o ano 2015 foi um ano chave para a definição do futuro do planeta. Entre outros eventos, tivemos a 21ª Conferência do Clima (COP 21), em dezembro de 2015, em Paris, com o objetivo de estabelecer um novo acordo entre os países para diminuir a emissão de gases de efeito estufa. Também uma nova Agenda do Desenvolvimento Sustentável 2016-2030 (Agenda 2030), realizada em New York, com 17 objetivos e 169 metas para o desenvolvimento sustentável. “A gente sabe o que precisa ser feito; a questão é fazer”, concluiu.(08.01.2016)

Fonte: CESEEP
Obs: O autor é Doutor em Sociologia, pós-doutor em Educação e professor da Universidade Federal do Sul da Bahia

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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