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Quando o WhatsApp, há algum tempo, inovou a forma de verificação de mensagens e tornou possível as pessoas saberem se sua mensagens foram ou não visualizadas, lembro que gerou uma polêmica generalizada sobre isso ser uma absurdo, invasão de privacidade e outros senões.
Lembro que quando disse que isso não me afetaria, estava sendo sincera. Porque realmente não me incomoda o fato da pessoa ter lido e não ter respondido e, muito menos o contrário, a pessoa ver que li e não respondi. Porque, na verdade, apesar de ser altamente ligada às inovações da tecnologia, ser uma admiradora incondicional do progresso dos equipamentos e ferramentas que cada vez mais nos conectam ao mundo todo, não acho que o fato de ter lido uma mensagem que não encerre nenhuma urgência, me obrigue a parar tudo para respondê-la. Nem acho que, sobretudo nos chats, precisemos estar sempre comentando ou curtindo as inúmeras postagens.
E daí se a pessoa viu que eu já li? Minha gente houve um tempo em que nem telefone existia e as pessoas sobreviveram à espera por respostas que demoravam meses.
Com o advento do telefone, a comunicação ficou mais fácil, é verdade. Mas antes de telefonemas interestaduais e internacionais, o telegrama era a forma mais rápida de comunicação. E todo mundo sobreviveu a isso.
Moramos em Natal, por três anos e, por opção de sossego, não tínhamos telefone em casa. Para emergências, a família tinha o número da vizinha.
Hoje, se ligamos para alguém e o celular não atende, já ficamos aflitos ou com raiva. Se enviamos um WhatsApp e a pessoa não responde, é falta de consideração. Se marcamos uma pessoa no Face e ela não curte ou comenta é descaso. Se enviamos um e-mail e ficamos sem resposta, é desatenção. E, se algum amigo prefere os aparelhos de celular comuns e não têm WhatsApp, é um alienado.
De repente é como se a comunicação virtual nos controlasse e ditasse as regras do bom comportamento. Quando estou dirigindo, não atendo o celular de jeito nenhum. Nem com fone de ouvido ou viva voz. Celular distrai e compromete a segurança. Já fui, inclusive, repreendida por chefes e colegas de trabalho. Não me importo. Privilegio a segurança. Ponto.
Minha gente não temos que obedecer a essas regras que levam a fazer loucuras, como digitar mensagem dirigindo, porque alguém quer uma resposta imediata. Já houve acidentes graves por isso.
O mundo não vai acabar se desligarmos o celular por duas horas enquanto estamos no cinema ou em um show.
Como já disse sou uma grande entusiasta da tecnologia e procuro aprender e adotar tudo que facilite a minha vida. Mas quero a tecnologia ao meu serviço, ao meu dispor e não o contrário, pois seria uma servidão sem nenhum propósito.
Sei que na hora que a gente entra nas redes sociais é como se abríssemos mão de nossa privacidade. Mas não precisa ser assim. Com algumas configurações e um pouco menos de obediência à tirania das redes, podemos estar conectados sem termos a nossa liberdade comprometida.
Quando as pessoas me enviarem uma mensagem por MSM (superado já né?), WhatsApp, Menseger, Telegram, o que for e constatarem que li e não respondi, não precisam conjecturar ou imaginar os motivos. Quando eu não responder logo a uma mensagem só existem duas respostas: ou estou ocupada e não posso responder naquele momento ou não respondi porque não quis. Em qualquer dos casos não há nada que a pessoa que enviou a mensagem possa fazer a não ser esperar.
Entre nas redes, comunique-se e relaxe. Vamos tomar um chazinho de camomila, um suquinho de maracujá e nos manter calmos. Para que a pressa? Respondamos nossas mensagens quando pudermos, no momento mais adequado e deixemos de neura. O mundo não vai acabar só porque não recebemos uma resposta, uma comentário, uma curtida. Bem, e se o mundo acabar, então nem vai precisar mesmo responder. Então Keep Calm e aproveite.
Obs: A autora é jornalista, blogueira e Assessora de Comunicação.
Imagem enviada pela autora.