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Meu avô tinha dedos retorcidos
pela dobradura do tempo
e pelo viço da roça
As mãos eram territórios continentais
onde cabiam ignorâncias
mas, não
O corpo rugoso de quase dois metros
equilibrava-se nos olhos azuis
que preceituavam
Em noites de lua cheia
entre goles de cachaça e fumo de rolo
os dedos retorcidos se adocicavam
nas cordas da viola
Desde então aprendi
por mais dura que seja a casca
há um fio de ternura querendo jorrar
(in “Caipira, graças a Deus”)
Obs: O autor é membro da Academia Pindamonhagabense de Letras é autor de: Lágrimas de Amor – poesia; O sapinho jogador de futebol – infantil; O estuprador de velhinhas & outros casos – contos; Histórias de uma índia puri – infanto-juvenil; O casamento do Conde Fá com a Princesa do Norte, e Um caso de amor na Parada Vovó Laurinda – cordéis.
Imagem enviada pelo autor.