“A reflexão teológica não significa repetir as verdades eclesiológicas já conhecidas, e sim esclarecer como elas podem e devem aparecer em sua verdade nesta atual sociedade. Há aqui uma opção teológica de fundo que considera seriamente a base antropológica das verdades de fé. O mistério de Deus se faz presente e atuante na história através da mediação humana, como nos comprovam as fontes da revelação. A humanidade de Cristo, a experiência do Espírito nos fiéis, os sinais sacramentais, a comunidade humana que constitui o Povo de Deus, a Palavra do querigma apostólico atuam como via de acesso a Deus transcendente e inacessível. A própria Igreja como realidade humano-divina (LG 8) nos comprova através de sua história como a sociedade influencia sua autocompreensão e sua estrutura institucional. E isso acontece inevitavelmente, pois a comunidade humana que a constitui não está situada fora do tempo e do espaço.”
Obs: Cadernos Teologia Pública, em sua 71ª edição, de 29 de outubro de 2012, apresenta o texto “Rumo a uma nova configuração eclesial” de Mário de França Miranda.
Mário de França Miranda, professor-associado da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, com o desafio “de fundamentar as necessárias e urgentes mudanças na Igreja em vista de uma configuração histórica adequada aos nossos dias”