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Aí aparecem alguns programas lançados pelo governo (governos anteriores): bolsa escola, cartão alimentação, bolsa alimentação, auxílio gás)… Nossa! É uma dinheirama pra eles! O Governante passa a ser comparado ao “Pai de Todos”. E entra governo, sai governo e a situação é sempre a mesma! Baixa escolaridade, péssimo serviço de saúde, desemprego e fome. Aliados à criminalidade que cresce a cada dia, no mundo inteiro, mas especialmente no Brasil (e no Rio de Janeiro e em São Paulo), parte dos “despossuídos”, ou “excluídos” da sociedade, se bandeiam para as trilhas do crime, onde ganham mais e mais fácil, assim como suas vidas passam a valer cada vez menos.

Um dia aparece um presidente “parecido com eles”, que não sabe ler direito, nem gosta; não sabe falar corretamente e ainda por cima, é fã de duas das maiores paixões nacionais: a cachacinha e o futebol. Esse “Zé do Povo” chega falando grosso, dizendo que vai mudar tudo isso que está aí, que vai redistribuir a renda entre os pobres, que vai colocar um prato de comida na mesa de cada brasileiro, assim como arrumar trabalho pra todo mundo. Ah! Todo mundo vota nele! E lhe dão procuração com plenos poderes! Ele aproveita essa popularidade e aprovação geral, compra um avião e sai pelo mundo, visitando todos os países que consegue, não importando se têm algo de bom a oferecer ao Brasil, ou se vão tirar ainda mais do que já tiraram nos últimos quinhentos anos. Passados três anos sem novidades e, com o único projeto implantado totalmente gorado, que é o “Fome Zero”, que derrapa, derrapa e não sai do lugar, começam a aparecer as sujeiras escondidas entre seus pares. E por que elas aparecem? Porque alguém que se sentiu traído entre os ladrões,  resolveu denunciar todo mundo…

O país vira um pandemônio! Escândalos, denúncias, Comissões Parlamentares de Inquérito, polícia federal, nada detém o mar de lama que avança sobre os palácios. E o presidente, viajando normalmente, pois não sabia de nada, não viu nada e ninguém nunca lhe contou nada. Quando a lama começou a atingir os bem cuidados jardins do seu palácio, envolvendo seus mais próximos e queridos comparsas – ups! amigos, ele resolve parar com as viagens e, tirando a varinha mágica da manga, “PLAFT” ataca de Bolsa Família, que engloba todos os outros programas anteriores num melhor e mais ambicioso.

Este programa consegue envolver muito mais gente, pois aumenta o limite de renda mínima (120 reais! Parece piada!) para que mais famílias possam receber, desde que as mulheres grávidas façam pré-natal e as crianças sejam vacinadas e acompanhados o seu crescimento e peso nos postos de saúde. Quem ganha menos de 60 reais (outra piada de péssimo gosto!), recebe 50 reais do governo. Quem ganha entre 60 e 120 reais não tem direito a esse bônus inicial. Mas todos (até a piada de 120 reais) ganham 15 reais por filho (entre 6 e 16 anos), obedecendo o limite máximo de três filhos por família, ou 45 reais, desde que estejam matriculados numa escola e frequentem pelo menos 85% das aulas por mês.

Claro que, para essas famílias, uma “ajuda” que varia de 15 a 95 reais é muito bem vinda e ajuda bastante na compra de mais um pouquinho de alimento para mesas antes vazias. E ainda por cima, qual foi o presidente que “deu”, de uma tacada só, um aumentão de 50 reais no salário ínfimo? Foi ele: o “Pai dos Pobres”. O “que veio de baixo”, “que é amigo da gente”… e é claro que é nele que a população de baixa renda vai votar! Também… com os candidatos da “oposição” que se apresentam! Só pode ser piada mal contada mesmo.

Nós, que tivemos melhores oportunidades, na verdade não nos encontramos entre os quase oitenta por cento que vivem na base inferior da pirâmide. Nós estamos numa área de limbo, que fica entre a base e a fatia seguinte, já chamados de “classe média”, embora muitos de nós vivamos enfrentando dificílimos problemas financeiros e estejamos reduzindo drásticamente nossos padrões de vida. Depois vem a classe média propriamente dita e a elite, ou a esmagadora minoria entre os brasileiros.

E quem elege nossos representantes? A elite? A classe média? A fatia do “limbo”? NÃO!!! Quem realmente elege nossos representantes é a base da pirâmide! São os excluídos, os despossuídos, os pobres coitados que não têm instrução, não têm saúde, não têm a mínima esperança de ascenção social. Importa mesmo é o “barbudinho simpático” que “dá” aumentos maiores ao salário ínfimo e ainda “dá” também uma graninha a mais pra ajudar na comida das crianças… o resto? Ah! o resto não importa!(05.2006)

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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