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Olá! Eu sou… Bem, depois eu me identifico. Tarefa das mais difíceis ultimamente, ainda mais nessa era de surtos e sustos. Mas vamos ao que interessa. Olha, você pode não aprovar as idéias aqui expostas, mas numa coisa há de concordar: a humanidade atual parece se dividir em dois grupos distintos: os surtados e os assustados. Será que não há uma terceira via?

E você, em qual categoria se enquadra ultimamente? Na dos surtados? Na dos assustados? Ou, o que é pior, em ambas? Não se assuste, pois você faz parte dessa geração humanóide de paranóicos e assombrados, forjada com a explosão da indústria no século passado e que culminou nessa enxurrada de produtos e serviços. Época na qual sequer sabemos da diferença entre necessidade e desejo, de tão perdidos que nos encontramos.

A esse quadro aterrador, soma-se o aceno da fama fácil que nos sorri com os encantos embriagadores do Grande Irmão, sempre de olhos bem abertos sobre tudo o que fazemos… E consumimos. Ora, o velho e superestimado Andy Warhol tinha razão: quem de nós não deseja os seus quinze minutos de fama? Mas todos parecem querer mais. Desejamos ser o alvo de todos os olhares e atenções que acabamos preterindo o prestígio em razão da fama.

Tem ainda o nocivo excesso de informação, principalmente com o surgimento da internet. Essa Caixa de Pandora trêspontozero. Tá todo mundo zonzo, perdido entre zilhões de factóides que, em sua maioria – me perdoem o pobre trocadilho – de fato nada valem.

E para fechar a transalienante decoração desse ambiente dantesco, de tocaia, mil e uma nóias, digo, doenças e medos nos espreitam e nos dominam. Provocados em grande parte pela ausência do Estado no cumprimento de seus deveres básicos (saúde, educação, lazer, segurança…).

Ou seria pela decadência dessa civilização? Já alardeada por alguns estudiosos em várias partes do mundo. Ou será devido a tanta ignorância? Se assim for, ponto para os otimistas. Pois, quem diria que toda essa ganância congênita poderá então, depois dessa, forjar uma civilização realmente civilizada.

É isso! Então diante dessa loucura toda, e mesmo com alguns cientistas afirmando ser a insanidade a “praga invisível” da atualidade, vamos tentar por ordem na casa. Assim, há os loucos mansos, eles, os verdadeiros; os loucos sem dúvidas, Osama e Bush (contribuição do surtante e surtado Jabor); e, por fim, os loucos bons, os artistas (os autênticos, e não os bufos).

E como sou mais um que tenta fazer aqui uma leitura desse caos todo, (com uma pequena parcela, é verdade), espero estar situado nesta última. Combinado? Então tá. Muito prazer, meu nome é… Surtado Assustado da Silva.

Obs: Imagem enviada pelo autor