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É Edith Steiin – Santa Teresa Benedita da Cruz. Personalidade complexa foi, na Universidade alemã de Gotting, colaboradora do filósofo Husserl, criador da fenomenologia. Ele ensinava que “era necessário ir às coisas e investigar o que elas dizem de si mesmas para obter certezas que não resultem de teorias pré-concebidas”. Seu mestre disse de Edith que nela havia sempre algo de absoluto.

Edith vivia em busca da verdade, mas da verdade absoluta. Nascida judia em 1891, aos 12 anos, abandonou a fé de seu povo. Aos 21, declarou-se agnóstica: “Sinto-me incapaz de acreditar na existência de Deus.” Foi aí que encontrou o filósofo Husserl e tornou-se conhecida em toda a Alemanha, com palestras que fazia sobre a filosofia do fenomenologismo. Sempre intelectualmente inquieta, deixou Husserl e tomou como seu segundo mestre São Tomás de Aquino.

Interessante seu itinerário espiritual em busca da verdade e seu encontro com a cruz de Cristo. Duas etapas preciosas e decisivas. Foi visitar uma jovem viúva, que havia perdido o esposo na guerra,  colega filósofo de Edith. Encontrou uma jovem senhora, sofrida certamente, mas serena e resignada pela fé cristã. Escreverá mais tarde Edith: “Foi meu primeiro encontro com a Cruz, minha primeira experiência da força divina, que emana  da Cruz e se comunica àqueles que a abraçam.”

A segunda experiência foi a definitiva. No verão de 1921, Edith foi passar a noite em casa de uns amigos.  Como sempre, muito estudiosa, foi à biblioteca da casa e tomou o primeiro livro que lhe caiu nas mãos. Era a Vida de Santa Teresa de Jesus, escrita por ela mesma. Passou a noite inteira absorvida na leitura daquela autobiografia. Ao amanhecer, terminou de ler o livro e exclamou para si mesma: ESTA É A VERDADE!  Estava convertida…Batizou-se no mês seguinte, tornando-se católica.

Mas só em 1933, entrará no Carmelo com o nome de Teresa Benedita da Cruz. Teresa – porque era carmelita e devia sua conversão também à leitura da vida de S. Teresa. Benedita – por sua estima aos beneditinos, seus mestres espirituais. Da Cruz – porque sua espiritualidade é toda centrada na Cruz de Cristo.

Edith encontrara a verdade. Dirá depois: “Jesus Cristo é o centro da minha vida. Jesus Cristo, e este Crucificado. O Senhor Jesus é o Senhor da glória que nos salva no sofrimento, na dor, no opróbrio da Cruz.”

Com o advento do nazismo e a cruel perseguição aos judeus, ela fugiu para a Holanda com sua irmã, Rosa,  também carmelita. A 9 de agosto de 1942, encontrou o martírio nas câmaras de gás de Auschwit, junto com sua irmã.

Em 1998, foi canonizada por S. João Paulo II, que a declarou co–patrona da Europa com S. Brígida e S. Catarina de Senna. Sua festa litúrgica é a 9 de agosto, dia de seu martírio.

Obs: O autor é  arcebispo emérito de Maceió.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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