Maria Inês Simões 1 de agosto de 2016

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Brincavam nas ruas, nos matos e na linha do trem. Tinham bonecas, casinhas, encontravam o príncipe encantado e eram felizes. Na infância onde só existia a imaginação, brinquedos a maioria, feitos a unha e a mão.

Iam à escola juntas e caminhavam no tempo.

Aos dezesseis cada qual seguiu sua tradição. Mariana casou-se, teve uma filha e ficou viúva de si mesma.

Susi teve outra sorte. Dizia… Na cara metade encontrou sofrimento. Teve três filhos, e um companheiro em depressão. Foi morar com a sogra, sogro, marido doente e filhos em um grande salão.

As amigas ainda se falam no grande sertão. Já faz quatro anos Susi conheceu um padeiro de profissão e tornaram-se amantes.

Ela telefona para Mariana e combinam encontros aos sábados. Os encontros não acontecem, Susi segue o caminho do coração, e as brincadeiras continuam.

Mariana compreende e é cúmplice nesta afirmação. Susi sai de sua vidinha para amar. E vivem na eterna ilusão de que a felicidade ainda é brincadeira também de bicho papão.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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