No nosso bate-papo de hoje, vou apresentar algumas simples evidências que mostram que é o Cristianismo é a visão de mundo que mais contribuiu e ainda contribui para o respeito à dignidade da mulher. Nenhum movimento, seja de qualquer índole, promoveu durante todo esse tempo tamanha valorização e libertação da mulher quanto o decorrente da Bíblia, da vida e dos ensinamentos de Jesus Cristo.
Para tanto, vamos analisar rapidamente qual era a situação da mulher em três das mais importantes culturas durante a época da vida de Jesus aqui na Terra. Falo aqui das culturas grega, romana e hebraica. Vejamos.
A mulher na sociedade grega
A Grécia, conhecida por ser o berço da saber, tratava suas mulheres como verdadeiras escravas. Em Atenas, por exemplo, as esposas não eram autorizadas a saírem à rua sem serem acompanhadas de um homem de confiança do marido (muitas vezes um escravo), nem podiam se dirigir a um convidado que o marido eventualmente recebesse em sua casa.
A mulher na sociedade romana
Em Roma, embora a mulher fosse mais bem estimada, também era considerada como um ser inferior. Em muitas das leis romanas, podemos ver isso. A Lei de Manus, por exemplo, dava ao marido não só a propriedade dos bens da esposa, mas também a propriedade da própria esposa. Para que você tenha uma ideia, a tábua IV da Leis das Doze Tábuas, que era o pilar central da constituição da República de Roma, instituía o pátrio poder. De acordo com tal, o marido tinha poder de vida e de morte não só sobre a sua esposa, mas também sobre seus filhos.
A mulher na sociedade hebraica
Entre ou hebreus, havia também grande diminuição da mulher. Flávio Josefo, o grande historiados judeu, registra em sua obra Antiguidades dos Judeus (4.8.15) o costume de que mulheres não deveriam falar em público, pois isso é o que ensinava a lei de Moisés. Embora as mulheres fossem respeitadas nos cultos a Deus, no sentido de que não eram utilizadas sexualmente nessas ocasiões como eram no paganismo greco-romano, elas deveriam ficar silenciosas. Apenas os homens deveriam cantar e louvar a Deus.
Não sei se você sabe, mas um dos problemas que as companhias estão enfrentando hoje em dia nos voos para Israel (principalmente nos que saem de Nova Iorque, já que há muitos judeus lá) é que os rabinos ortodoxos se recusam a sentar ao lado de mulheres nas poltronas, o que ocasiona sérios atrasos e constrangimentos nos voos.
Como Jesus tratava as mulheres?
Conforme vimos, Cristo nasce em um contexto de centenas e centenas de anos de completa desvalorização da mulher, que muitas vezes era tomada não como um ser humano, mas como um objeto desprovido de dignidade. Vamos ver agora como Jesus se comporta neste contexto absolutamente atentatório à dignidade da mulher.
A postura de Jesus Cristo é absolutamente revolucionária neste quesito, pois ele trata as mulheres com a dignidade que elas têm. Em várias passagens da vida de Jesus, vemos que ele ensina indistintamente homens e mulheres. Caso você queira ler com mais detalhes essas histórias, poderíamos sugerir a leitura da passagem em que Jesus ensina a Maria, irmã de Marta (Lucas 10:38-42). Outra passagem bastante emblemática é a da Mulher Samaritana (João 4:5-29), em que Jesus não apenas transgride a tradição judaica de se dirigir a uma mulher, mas principalmente a uma mulher samaritana.
O papel da mulher para Jesus é tão importante que ele escolhe mulheres para presenciarem o fato mais importante de todo o Cristianismo. Tão importante que o Apóstolo Paulo não hesita em dizer:
E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. (1 Coríntios 15:14).
Falamos, conforme você viu, da ressurreição. Foi a duas mulheres, Maria Madalena e outra Maria, que Jesus não só apareceu pela primeira vez ressurreto, como também pediu que fossem testemunhar do que viram para os apóstolos. Não se esqueça que, entre o povo hebraico da época, testemunho de mulher não tinha qualquer valor, tanto que nem era considerado pelos juízes.
Nessas e em tantas outras passagens, vemos como Jesus tratou as mulheres com dignidade, mostrando que elas eram para ser consideradas iguais aos homens, pois todos haviam sidos criados por Deus.
Vimos o que Jesus pensava sobre o valor e a dignidade da mulher. Será que os apóstolos que escreveram as cartas para as igrejas pensavam da mesma forma? Em outras palavras, será que o Novo Testamento como um todo traz a mesma mensagem de valorização da mulher que Jesus trouxe por meio dos seus ensinamentos e vida? Vamos ver.
Como a Bíblia vê as mulheres?
Sempre que tocamos neste ponto, uma das primeiras objeções que aparecem é a seguinte: “Mas não é verdade que a Bíblia diz que as mulheres devem ser submissas aos maridos?” Sim, é verdade, a Bíblia estabelece o seguinte:
Assim como a igreja está sujeita a Cristo, também as mulheres estejam em tudo sujeitas a seus maridos. (Efésios 5:24)
Quanto a isso, contudo, há dois pontos que são centrais e muitas vezes esquecidos.
Em primeiro lugar, temos de entender o que é submissão da esposa ao marido do ponto de vista bíblico. Para isso, peço-lhe que posteriormente leia o nosso post “Esposa submissa nos dias de hoje?”.
Em segundo lugar, não podemos tomar o verso de Efésios 5:24 sem que vejamos o que segue imediatamente após ele. É que lá estará a obrigação correspondente do marido em relação à esposa. Assim dizem as Escrituras:
Maridos, amem suas mulheres, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se a si mesmo por ela. (Efésios 5:25)
Ou seja, amigos, de acordo com a Bíblia, a obrigação do marido é amar a sua esposa com um amor tão grande que é comparável ao amor de Cristo pela igreja, ou seja, pelas pessoas. Esse amor é tão impressionante que Cristo deu a própria vida por ele.
O modelo bíblico é o de submissão da mulher àquele que a ama como Cristo amou a igreja, dando a sua própria vida por ela. Entendido assim, vemos como a Bíblia tem as mulheres em posição de tanta honra, não é mesmo?
Fora isso, ainda há inúmeros elementos de dignidade da mulher que decorrem da Bíblia e do Cristianismo como um todo. Vou aqui me usar de uma tabela construída por Alvin Schimidt, em que ele estabelece o papel e o status da mulher de acordo com as práticas de lugares de influência não-cristã em comparação com as práticas em lugares em que o Cristianismo foi bastante influente. Vejamos:
Conclusão
Vimos, portanto, que o Cristianismo não só foi responsável pela emancipação social, cultural, política e principalmente espiritual da mulher, mas também é até hoje a visão de mundo em que a mulher é tratada com honra incomparável, pois é equiparada à igreja que Cristo tanto amou e virá para resgatar.
Gostaria, por fim, de dizer que: se você está agora imaginando algum cristão ou mesmo igreja que aja diferentemente disso, ou seja, que não valorize a mulher como ela deve ser valorizada, não coloque isso na conta do Cristianismo, nem da Bíblia. A explicação para isso é que talvez esta pessoa ou esta igreja que você esteja imaginando não esteja seguindo os princípios e diretrizes da Bíblia. A Bíblia é o que ela é, o que lá está escrito, independentemente de como alguns cristãos se comportem. Não julgue o Cristianismo pelo erro de um cristão. Leia a Bíblia, com a mente e coração abertos, que você chegará à verdade.
Obs: Imagem enviada pelo autor.