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Se você não quer andar, pare! Mas, por favor, pare na beirada do caminho, não estorve os que querem ir em frente.
Se você não quer pensar, se exima! Mas, por favor, aquietado no seu canto, não estorve os que querem soluções.
Se você não quer lutar, deite. Mas, por favor, bem enfiado no seu leito, não estorve os que querem mundo justo.
E se você acha que está tudo nos trilhos da normalidade, mesmo vendo os absurdos que acontecem – o mundo do avesso, os valores éticos colocados em latões de lixo, pessoas morrendo sem saúde, filas de desempregados, empresários dando fim a própria vida por vergonha de não ter como cumprir os compromissos pesados, porque os que mandam tem fome e são insaciáveis – algum pedaço de você, meu caro, saiu do ar ou deu errado.
Cada vez mais e mais querem abocanhar o que resta em nossos bolsos já vazios.
Espoliam os idosos aposentados em empréstimos onde retiram fatias, e ficam livres, porque esse país é o país da covardia e da impunidade.
E se você não vê, não sente, não entende ou não acredita, desculpe, mas a sua ingenuidade é do tamanho da utopia a que assistimos calados.
Ou o povo grita, ou vai viver pelado!