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No domingo passado, dia 13 deste,  a Igreja católica celebrou três anos do atual pontificado. São já três anos de profundas modificações na cúpula da Igreja.

Papa Francisco, o primeiro deste nome, o primeiro latino-americano, o primeiro jesuíta, o primeiro a residir num hotel fora do Palácio Vaticano, está decidido a modificar substancialmente a Cúria Romana. Para isso, logo de início, nomeou uma comissão de cardeais de sua inteira confiança, para estudarem e lhe apresentarem um projeto de profundas modificações na Cúria, que é o supremo órgão de governo da Igreja. A essa Cúria, no discurso do Natal de 2014, ele apontou 25 doenças morais, que assumiu como também dele.

Eleito com 76 anos de idade, de saúde precária – dizem que só tem um pulmão – nestes três anos já desenvolveu atividade realmente  espantosa. Publicou duas cartas encíclicas, a primeira, em parceria com seu antecessor – também caso único na história da Igreja – e a segunda sobre um tema, nunca abordado especificamente, a ecologia. Já presidiu dois sínodos dos Bispos sobre o tema Família. Sobre ele, têm  sido publicados inúmeros livros, como nunca antes na história do papado, sendo vários de entrevistas suas com jornalistas e uma, especial, de sua conversa, quando arcebispo de Buenos Aires, com o rabino Abraham Skorka.

Usando seu poder de legislador máximo da Igreja, mas devidamente assessorado por competentes canonistas, entre esses o decano da Sacra Rota Romana – o mais alto tribunal da Igreja – com a carta apostólica Mitis Iudex Dominus Iesus agilizou  profundamente o processo canônico de declaração da nulidade do matrimônio, substituindo 21 cânones do Código de Direito Canônico, dando especiais poderes ao Bispo diocesano e reduzindo o poder dos tribunais de segunda instância.

Já visitou a América em vários países, começando pelo Brasil, no primeiro ano de seu pontificado, e a África. Na  visita ao México, aproveitou rápida ida ao aeroporto de Havana, para encontrar-se muito amavelmente com o patriarca ortodoxo de Moscou, que tinha certo temor de que o Papa S. João Paulo II atraísse  seus fiéis para a Igreja Católica Romana.

“Que tipo de mundo queremos deixar a quem vai suceder-nos, às crianças que estão crescendo?” pergunta o Papa Francisco em sua encíclica sobre o cuidado da Casa Comum da humanidade, tema da nossa Campanha da Fraternidade  este ano.

Sua figura de Pai e Pastor, extremamente popular, nestes três anos,  tem conquistado simpatia generalizada, dentro e fora da Igreja. Sua coragem de reformador  impressiona pela destemor  de mexer com velhas e arraigadas tradições nos órgãos supremos da  Igreja.

Que o Senhor nosso Deus  dê forças ao nosso Papa Francisco para continuar assim, com audácia, sua missão de Mestre, Pai e Pastor da cristandade.(14.03.16)

Obs: O autor é  arcebispo emérito de Maceió.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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