foto Marcel Camargo

 “A amizade é regida pelo mesmo mecanismo que o amor: é instantânea e absoluta.” (Lobo Antunes)

Deve ser muito triste não possuir alguma pessoa com quem possamos realmente contar, alguém que nos conhece verdadeiramente e acredita em nós, que admira o que somos, sem reservas, sem cobranças, incondicionalmente. Quando temos pelo menos um amigo, poderemos nutrir a certeza de que jamais estaremos sozinhos e desamparados durante as tormentas, bem como teremos alguém com quem dividir nossas conquistas sem inveja. Amigos são tesouros.

Existem amigos de infância que acabam nos acompanhando enquanto crescemos e permanecem em nossas vidas, fazendo parte de nossa história, mesmo que ao longe. São aqueles com quem mantemos uma relação duradoura e imune à passagem do tempo e às distâncias da vida. Sempre que conversamos com eles, parece que estivemos juntos ontem mesmo, pois não perdemos nada dos sentimentos que nos unem. São os irmãos que a vida escolhe para nós.

Há amigos que entram em nossa jornada somente durante alguma época, sendo extremamente importantes naquele momento, ajudando-nos de alguma forma, clareando nossas ideias, aconselhando-nos e fazendo-nos feliz em determinado período de tempo. Acabamos nos distanciando deles por conta das rupturas que permeiam os nossos caminhos, porém, guardamos as melhores lembranças de sua presença, ainda que rápida, em nossas vidas.

Alguns amigos aparecem com o tempo, quando menos esperamos, em lugares inusitados. Trata-se, nesses casos, de uma afeição instantânea por alguém com quem nos sentimos muito à vontade. Às vezes, a esses amigos abrimos mais o nosso coração do que aos mais chegados, nas poucas vezes em que nos encontramos, não porque são mais queridos, mas porque a cada amigo reservamos parte de nós de acordo com o que sentimos e não conforme a intensidade dos sentimentos.

Existem amigos que nascem na mesma família que a gente, como se a vida nos presenteasse com um parente mágico. É muito bom poder confiar sem reservas no irmão, no primo, em um tio, ou seja, em alguém que já faz parte de nossa história de vida e estará sempre por perto. Laços de sangue, na verdade, são menos consistentes do que os de amizade e, quando podemos desfrutar de ambos de uma só vez, então somos duplamente abençoados.

Seja na infância, na adolescência, na vida adulta, seja em casa, na escola, no emprego, haverá sempre uma pessoa especial, que abrilhantará a nossa jornada, trazendo-nos força e alento e ajudando-nos a nos equilibrar nessa gangorra emocional de que se constitui o nosso dia-a-dia. Por isso, cultivemos as amizades verdadeiras, com dedicação e verdade, pois muito provavelmente serão as mãos amigas que nos resgatarão de nossas misérias emocionais, visto que o amor de um amigo resiste bravamente ao tempo, à distância, e a qualquer outro obstáculo que tente nos impedir de alcançarmos a felicidade.

Obs: O autor é graduado em Letras e Mestre em “História, Filosofia e Educação” pela Unicamp/SP, atua como Supervisor de Ensino e como Professor Universitário e de Educação Básica. 

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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