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É madrugada. Caminho pela casa. Ambas silenciosas. O silêncio escreve meus pensamentos. Antes de mim ele já estava lá e com ele as assombrações. Lembranças deixadas por onde passamos, por aqueles a quem amamos, são fantasmas que permanecerão para sempre e seguram os silêncios.

Nesse mundo de ausências me parece que o mundo inteiro está vazio.

Ouço os passos criança dos meus filhos, na disputa de um jogo, ou o choro miúdo no embalo de uma cantiga de ninar ou o riso solto numa cantoria de roda. Então, eu sei, nossos fantasmas são arrependimentos, das coisas que fizemos mal feitas, das boas que deixamos de fazer.

Passeio pela casa, penso haver cumprido minha missão. Fazer o quê, depois de tudo feito? Procuro motivos para me questionar, ver meus erros refletidos naqueles que julguei haver ensinado o bem. Sei, não. Sei lá. Permaneço em atitude contemplativa e sinto-me santificada. Só isto, só isto mesmo.

Obs: Texto do livro da autora – A Morte Cega

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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