Taciana Valença 15 de julho de 2016

taciana labirinto

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Condenam-te
Ou…
Contemplam-te,
Ao labirinto –

O mesmo
Onde cobras rastejam
E nos céus, obras do criador
entre obras da criatura, dividem-se,

Pela estrada,
Homens de seriedade risível
E de sérios sorrisos –

Um labirinto de surpresas
Pouco ou nada previsíveis

Há quem contemple
Quem enfrente
E quem contente-se,

E contemplando morra
Entre os próprios dentes
No vácuo da loucura
na disputa d’um lugar
Que nem mesmo é nosso

E as mãos,
Escorrendo
em paredes inexistentes
Mostram
que caminhos não mentem

E na velocidade
Sem freios
Chega-se à beira do abismo,
Caindo (ou não)

E surpreende-se
Percebendo que pode voltar
(No tempo?)
Preferindo abraçar seu caminho
Cuja alma escolheu
Diante do breu

Quem ajeita tua gravata
Também pode te enforcar,
E mesmo assim acreditas
No hálito da boca e no perfume,
Mas a alma não tem cheiro…

Caros óculos
Que de tão escuros cegam,
Escondendo a falta de coragem
Para encarar o sol de frente

Insegura segurança
Onde escolhas podem
E não devem,
Ou devem e não podem

Alguns não sabem das suas paisagens
Pois o som da boate toca mais alto
Que a própria consciência

E teu guarda-costas
Mal pode se distrair,
Pois as lutas seguem,
silenciosas e sangrentas
De velado desespero

Segue a busca de um Deus
Ou d’alguém que o represente
Mas só se vê o caminho à frente
E o labirinto….
Seja crente!

Mas não se sabe
Se detonado já foi o paraíso
Ou simplesmente invadido
Por gente sem juízo

Então tudo se esvai
Ficando pelo caminho os registros
E há quem se engane
Mas ninguém se esconde
Do céu aberto d’um labirinto

Ao longe avistará o protetor,
O cobertor…
E onde há lágrimas
Talvez música,
E risos e descobertas

Mas só talvez…
Pois supomos tudo d’um olhar
De proteção a despedidas,
De burburinhos a vazios salões

E às vezes,
Mas apenas às vezes,
Temos que sentir a música triste,
E chorar com ela,
Chorar por ela…

Querer voltar,
Tentar caminhos,
de trás pra frente,

Para que a dor se desfaça,
Voltando e desafinando,
E tudo se refaça,
Foi tudo um sonho!

Obs: A autora é poeta, administradora e editora da Revista Perto de Casa.
http://pertodecasa.rec.br/

Imagem enviada pela autora.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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