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Um dia desses eu li uma frase num caminhão que me chamou a atenção:

“É fácil falar de mim, difícil é ser eu”.

Interessante como as pessoas facilmente taxam as outras e concluem atitudes da maneira que querem. Fácil não?

É difícil demais julgar as pessoas e atitudes, ninguém imagina e na verdade nem querem saber o que cada um viveu, sentiu, quantas dores já calou, quantas decepções já inflaram seu coração de desespero, quantas pessoas tiveram que perdoar para continuar a conviver e como as alegrias e tristezas desenharam seu caráter. É um mundo. Um mundo sendo julgado a um simples olhar, a uma opinião sem nenhum embasamento. É uma história de vida julgada sem o menor respeito.

Talvez seja por isso que penso tanto antes de concluir algo sobre as pessoas. Tem algo em mim que luta contra isso. Percebo fácil alguns desvios de caráter, mas mesmo assim não gosto de rotular ninguém. Acho que até esses desvios têm uma razão de ser. Como desculpa vou até a possibilidade da reencarnação para tentar entendê-las.

Mas paciência tem limite. Existem pessoas que realmente abusam dessa benevolência. É aí que me sinto uma boba tentando mudar o imutável, tentando entender, entender, entender… Ufa. Cansa!

Muitas vezes prefiro fazer de conta que não entendo, que não percebo quando mentem, quando dissimulam, quando invejam. É melhor. Evita um desgaste maior.

Mas graças a Deus existe também muita gente boa e transparente com as quais convivo diariamente. E a despeito de tudo, me faz muito feliz.

Obs: A autora é poeta, administradora e editora da Revista Perto de Casa.
http://pertodecasa.rec.br/

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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