alencar fotonova blog

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Na vila de Boa Esperança
Lá pelos tempos idos
A vida não era fácil
Nem tudo era divertido
Só o trabalho reinava
Nesse planalto sofrido.

Tudo estava iniciando
Nesse lugar promissor
Gente que veio chegando
Um povo trabalhador
Encontrou cá nesta terra
Orgulho de ser produtor.

Comércio era coisa pequena
Quase nada existia
Santarém bela cidade
Pra lá esse povo ia
Vender e comprar produtos
Que por aqui não havia.

Mas enfim vamos aos fatos
Que aqui propus contar
Pois se trata de um açougueiro
Homem bravo do lugar
Que tinha na valentia
Sua marca, seu falar.

Era único na vila
Que vendia o que comer
Carne fresca ou salgada
Do seu jeito, seu querer
Tudo cortado “grosseiro”
Era seu modo de ser.

Pendurava seu produto
Para todo o povo ver
Era costela, pescoço
Não podia escolher
Quem mandava ali era ele
O jeito então era sofrer.

Mas tudo um dia melhora
Bem como o dinheiro do povo
Até mesmo a concorrência
Surgiu um açougue novo
Que tratava a clientela
Como artigo precioso.

Sendo assim um belo dia
Um gaúcho quis mudar
Comprar carne de primeira
Já cansado de levar
Somente carne com osso
Não dava mais pra aguentar.

Falou então educado
Ao açougueiro patrão
Queria carne sem osso
Pagava até um milhão
Se assim fosse atendido
Naquele humilde balcão.

O açougueiro de leve
Olhou pro velho freguês
E num sorriso maroto
Falou em bom português
Que não havia no mundo
Quem mudasse o que ele fez.

Seguiu então o açougueiro
Na terra da tapioca
Que jamais em sua vida
Mesmo nos tempos de troca
Nem podia imaginar
Que havia BOI MINHOCA.

Boi que não tinha osso
Apenas carne e gordura
Como é que pode tal coisa
Carne macia e não dura
Pois não existia fazenda
Que tinha essa criatura.

O freguês ficou nervoso
Mas calado aguentou
Tamanho foi o insulto
E de açougue mudou
Comprava o que queria
Sua vida melhorou.

Obs: O autor é  Professor da Rede Pública Municipal de Santarém.
Graduado Pleno em Pedagogia pela UFPA. Técnico em Educação na Rede Estadual. Especialista em Ciências Sociais para o Ensino Médio e autor do livro – Brinquedo: Contos e Poesias.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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