15 de junho de 2016
As distâncias suavizam os detalhes e tornam azuis as paisagens. Nos azuis as ausências se aprofundam e se dissipam no absoluto. Com o passar dos anos, nossa própria vida se azula. E as lembranças que compõem nossa lenda desbotam ceruleamente. As dores dão lugar a uma dor profunda e larga, uma dor marinha. A superfície desta dor, como no mar é composta de mudanças e adaptações. É a dor de saber que nada é imutável ou definitivo, e que tudo, invariavelmente desbota-se nos azuis.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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