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E tendo sido criado, o Homem viu que sua vida era incompleta. Não adiantava mais somente colher frutas nas árvores e matar algum pequeno animal e comer. E nem apenas viver para o acasalamento. Ele sentia que algo lhe faltava. E começou então a expressar essa angústia, esse vazio, essa busca, ou o que quer que seja, através de desenhos nas paredes de sua morada: as cavernas.
Depois, ele viu que não adiantava tão somente derrotar inimigos, conquistar reinos, matar e devorar fezores animais. Construir cidades e vilas, criar animais e cultivar campos para sua alimentação. E ainda inventar pequenos engenhos que melhorassem sua condição de vida no dia-a-dia. Ele sentia que algo lhe faltava. E instituiu cantos e danças para celebrar as vitórias e apaziguar as derrotas.
Mais tarde, ele percebeu que apesar de tantas e variadas invenções tecnológicas e mesmo já tendo uma vida com maior qualidade nas grandes metrópoles, nada disso o satisfazia completamente. E ele pôs-se a fabular novas formas de expressão. Foi quando surgiu a Arte, filha da Cultura. E foi então que ele percebeu que ela era uma ferramenta necessária e vital à sua sobrevivência e completude do seu “Eu”.
E foi assim que o Homem criou a Literatura, a Dança, o Teatro, a Música, as Artes Plásticas, o Folclore, o Artesanato, o Cinema, a Fotografia e tantas outras formas e instrumentos que manifestam, inconteste, o divino e o maravilhoso em seu ser.
E, apesar de ter criado também algumas formas nocivas de fuga da realidade, e como estas às vezes o impedem de se manifestar como poderia e desejaria, ele se viu diante do enigma da Arte. Ele sabe que sua grande tarefa é decifrá-lo ou senão, por ele, será devorado. Ele agora sabe (e sente) que é possível se sentir completo através da Arte. Mas sabe também que agora pode ser considerado, definitivamente, um Homem.