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O tema principal desta reflexão consiste em confrontar a contemplação para alcançar amor dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio com a sociedade secularizada dos nossos dias. Ou com outra formulação: como pode a espiritualidade inaciana, e mais precisamente a contemplação para alcançar amor, ajudar o cristão a viver hoje com maior consciência e coerência a sua fé? Tarefa ousada para alguém que não é especialista nesta área, haja vista a quantidade de publicações sobre esta famosa contemplação inaciana e em boa parte desconhecida pelo autor destas linhas. Mesmo buscando sermos fiéis à intenção de  Santo  Inácio,  realmente  um  fator  fundamental  e  decisivo  em  nossa  exposição,  de antemão reconhecemos que toda compreensão de um texto implica inevitavelmente uma interpretação, que ressalta alguns pontos do mesmo enquanto deixa outros elementos em segundo plano. O que vale para os textos bíblicos, cada vez que uma geração busca neles orientação e vida, vale também para o nosso caso, fato este comprovado pelas diversas interpretações deste texto ao longo da história da Companhia de Jesus.

Porque  toda  interpretação  traz  nela  embutido  um  quadro  interpretativo,  um horizonte  cultural,  uma  linguagem  determinada.  Neste  quadro  de  compreensão  se encontram categoriais mentais, preocupações existenciais, experiências pessoais, heranças culturais do passado, desafios atuais, sonhos e anseios, enfim tudo aquilo que constitui o “nosso mundo”. Alguns autores o denominam de “nosso imaginário social”. Não nos resta outra saída senão vivermos a fé cristã no interior deste mundo, que é o nosso. Este fato explica a pluralidade das expressões e das práticas cristãs ao longo destes dois milênios de cristianismo, devido à contínua sucessão destes mundos causada por mudanças socioculturais. Mas, por outro lado, a fé é também uma interpretação da realidade, a saber, uma compreensão da mesma a partir da compreensão que dela teve Jesus Cristo. Deste modo, também ela irá influenciar a apreensão e a vivência da realidade por parte do cristão.

Santo Inácio viveu no interior do quadro interpretativo europeu do século XVI, fortemente marcado pela fé cristã. Hoje nos sentimos distanciados desta sociedade de cristandade. Mas este santo passou por experiências espirituais que não só marcaram sua vida, mas igualmente seu modo pessoal de olhar e de compreender a realidade. Aliás, toda conversão supõe uma mudança no quadro interpretativo do convertido. O peregrino de Loyola não faz exceção. A conhecida visão às margens do Cardoner constitui uma iluminação madura e sintética da compreensão cristã da realidade, que irá desempenhar na vida restante do convertido de Loyola a função de um quadro interpretativo, que se refletirá tanto na composição dos Exercícios Espirituais quanto na redação das Constituições da nova ordem. Se o contexto sociocultural de Inácio pertence ao passado e não mais voltará, poderia seu quadro interpretativo pessoal nos ser de ajuda em nossa atual sociedade secularizada? Este é o nosso tema.

Dividiremos esta nossa reflexão em três partes. Começaremos oferecendo alguns traços principais da nossa atual sociedade enquanto esta se apresenta como um sério desafio à vivência da fé cristã. Numa segunda parte examinaremos o sentido profundo da contemplação para alcançar amor no interior da vida de Inácio e na parte final dos Exercícios Espirituais. Naturalmente aqui teremos sempre diante dos olhos o objetivo desta reflexão acima mencionado. Numa terceira e última parte então examinaremos a contribuição inaciana à vida da fé numa sociedade secularizada.

  1. A vivência da fé numa sociedade secularizada

O  cristão  vive  em  dois  mundos.  Primeiramente  o  mundo  de  uma  sociedade pluralista, laica, racionalmente organizada, a qual oferece sentidos parciais e objetivos bem determinados e limitados. Esta sociedade influencia fortemente sua vida afetiva, profissional, cultural, familiar e política. Em seguida, o mundo da fé que reivindica também estes setores vitais por oferecer ao ser humano o sentido último da sua existência ou o objetivo final da mesma. Deste modo o cristão capta da realidade mais do que vêem seus olhos ou entende sua inteligência. E conseqüentemente também procura viver sua vida tendo em conta esta dimensão profunda do real, embora ela seja invisível ou inexistente para os que não têm fé.

Nas sociedades passadas esta visão cristã da realidade aflorava visível e socialmente não só nos templos, nas festas, nos símbolos religiosos presentes na arte, na literatura, no cotidiano vivido, mas também no respaldo significativo e assegurador dos outros cristãos, também membros da sociedade, e que viviam a mesma fé. Na sociedade pluralista moderna estes símbolos se encontram reduzidos, ou, ainda pior, freqüentemente utilizados numa perspectiva comercial e interesseira. O que cadencia hoje a vida dos indivíduos é o domínio da razão funcional, o imperativo da produtividade e da eficácia, o desafio da concorrência. Como o ser humano não é apenas espírito, mas espírito na matéria, ele necessita de realidades visíveis para despertar, conservar e desenvolver sua fé, entre as quais a comprovação da própria sociedade. E desse respaldo carece o cristão em nossos dias, convivendo com pessoas cujas crenças e valores não coincidem com os seus. Se, por um lado, ajuda-o a tomar consciência de sua identidade (ele é diferente), por outro, deixa-o mais sozinho diante da pluralidade de mentalidades diversas da sua.

Uma outra dificuldade provém das ciências modernas. No passado a impotência humana diante das ameaças à vida encontrava solução no apelo à ajuda de Deus, muitas vezes até de modo milagreiro e não só na religiosidade popular. Porém este apelo parece perder seu sentido e sua força quando estas ciências explicam determinados fenômenos da natureza e oferecem soluções técnicas para dominá-los. Naturalmente também existia em muitos uma mentalidade “mágica” que nada tinha de cristã e que buscava servir-se de Deus para proveito pessoal. Mas não podemos negar que o fato em si acaba por privar nossos contemporâneos de um “local” de encontro com Deus, pois a confiança maior é depositada na capacitação científica e na eficiência técnica.

Ser cristão é estar às voltas com o mistério de Deus, pois Deus é transcendente e jamais o teremos como  objeto ao alcance de nossa inteligência e liberdade. Mas esta verdade é vivida com maior dificuldade numa cultura dominada pela razão, que tende a tudo explicar pelo encadeamento de causas e efeitos, de modo mecânico, dispensando ou tornando supérflua qualquer referência a uma ação ou intervenção divina. Esta razão que já se encontra “setorizada” nas diversas ciências modernas não mais consegue evocar a contingência de toda a realidade e, portanto permitir uma abertura ao Transcendente, como o que cria e sustenta a totalidade do real, fato este que explica em parte o agnosticismo tão difuso hoje nos ambientes acadêmicos. Este fato marca o “imaginário social” de muitos como um imaginário secularizado e priva o homem moderno de mais uma possibilidade de encontrar Deus.

A situação aparece em toda a sua gravidade se consideramos que as experiências de Deus na vida do indivíduo são muito importantes para confirmar e reforçar sua fé, isto é, seu modo cristão de compreender a realidade envolvente. Em sua ausência a leitura não cristã da mesma irá se impor, suas experiências estarão sempre confinadas às coordenadas meramente humanas e acabarão por levá-lo a um ateísmo prático. Diante deste problema vamos recorrer a Santo Inácio em busca de ajuda.

  1. Considerações despretensiosas sobre a contemplação para alcançar amor

Considerações despretensiosas porque brotam mais da experiência pessoal que permite uma leitura particular e não de um estudo abrangente e rigoroso de um especialista. Já não é novidade considerar esta contemplação como uma síntese de todos os Exercícios, à semelhança do “Princípio e Fundamento” e com ele intimamente relacionada. Esta afirmação é deveras muito séria, pois aponta para o objetivo último de todo o processo das semanas anteriores. Sendo assim podemos dizer que ela sintetiza o que caracteriza a existência cristã sem mais, a atitude de fundo que plasma, orienta e estimula o cotidiano dos que têm fé, expressa no Novo Testamento como uma postura constante de amor a Deus e ao próximo.

Este núcleo da vida cristã só se torna uma realidade vivida se consegue realizar certas condições prévias. A primeira delas consiste na libertação da própria liberdade à luz da vida e das palavras de Jesus Cristo. Não só as quatro semanas dos Exercícios Espirituais, mas especialmente “o exercício do Reino” e a “meditação das duas bandeiras” contribuem decisivamente para o amadurecimento da liberdade, sem o qual o amor cristão (ágape) não passará de palavras ou sentimentos. Ou será um amor espúrio em que a pessoa se busca a si mesma sob roupagem religiosa, podendo enganar mesmo aos mais incautos. Só o cristão realmente livre será capaz de buscar e achar a Deus em todas as coisas. Esta verdade foi tão significativa para Santo Inácio que dela fez uma das pérolas encontradas nas Constituições da ordem dos jesuítas: “Todos se esforcem por ter a intenção reta… E sejam freqüentemente exortados a procurar em todas as coisas a Deus Nosso Senhor” (Const. 288).

Enquanto núcleo da vida cristã se fundamenta numa realidade vivida, é assim uma verdade existencial e abrangente, identificada com a própria pessoa, conhecida de dentro, experimentada interiormente. Qualquer formulação da mesma se revela sempre inadequada,

Inácio a descreve em suas características essenciais, embora sua formulação possa receber novas linguagens diante de novos contextos socioculturais ou de novos horizontes teológicos. Notemos ainda que enquanto cerne da vocação cristã esta contemplação deve se tornar cada vez mais própria de cada um ao longo de sua vida, passando progressivamente de sabida a vivida, de conhecida como ideal a experimentada como realidade. Tarefa que nos acompanhará até o fim da vida, demonstrando que podemos e devemos crescer sempre mais no “encontrar Deus em tudo”, ou no “em tudo amar e servir”, ou ainda “na familiaridade com Deus”, para utilizar expressões de Inácio.

Observemos ainda que as intuições básicas de Santo Inácio brotaram de sua experiência espiritual, embora quando busca se expressar recorra à teologia escolástica que lhe era acessível. Importante aqui é identificar tais intuições e saber relativizar a linguagem que procura exprimi-las. No nosso caso a realidade do amor determina sem mais a compreensão desta contemplação, como aparece em vários números da mesma, mesmo que a imanência de Deus no mundo tenha recebido uma exposição de cunho mais explicativo na linha da teologia desse tempo (235s). Igualmente a resposta do ser humano não pode se esgotar num conhecimento ou consciência de que Deus continuamente se doa a si mesmo a nós, mas deve chegar ao amor-serviço (233). Embora ambos elementos sejam necessários: sempre se ama o que se conhece.

Este ponto pede de nós uma reflexão que nos leva à realidade trinitária presente nesta contemplação. Toda a criação existe, bem como a humanidade nela incluída, porque Deus Pai que eternamente se doava todo ao Filho dele distinto, quis se doar também para fora da Trindade. Para realizar este seu desígnio salvífico quis a humanidade de Cristo e nela toda a criação (humanidade) para que ela pudesse se tornar uma realidade. Por conseguinte, toda a realidade existe em Cristo, o Filho eterno do Pai que se encarnou. Como Filho eterno toda a sua vida na eternidade era “ser filho”. Como Jesus Cristo (Filho encarnado) toda a sua vida na história foi “ser filho”. Na medida em que toda a criação deve sua existência ao Filho de Deus, toda ela tem uma marca crística como sua característica mais essencial. Com outras palavras, toda ela tem como finalidade se comportar como o Filho de Deus, reconhecendo e amando  a Deus como nosso Pai e Criador. Porém somente o ser humano tem consciência deste dinamismo, embora ele esteja também presente nas demais criaturas.

Esta contemplação está assim em continuidade com o cristocentrismo das semanas anteriores dos Exercícios Espirituais. Nela se encontra realmente Jesus Cristo, embora de modo implícito e não formulado expressamente. É Ele quem oferece a leitura da realidade à luz da revelação, é Ele o responsável pelo quadro interpretativo próprio da fé cristã, é Ele não  só  o  nosso  Salvador,  mas  também  o  nosso  hermeneuta  (intérprete).  Mas  não dissociemos conhecimento de amor, pois sua Pessoa é o dom do Pai à humanidade, é a comprovação do amor de Deus entre nós (1 Jo 4,  ), tal como foi sua vida entregue por nós. Esta observação confirma a presença imprescindível de Jesus Cristo na atitude de base daquele que busca e encontra Deus em todas as coisas. Só assemelhando-se ao Filho consegue o ser humano chegar à verdade última e ao coração de todo o criado.  Que o diga um Francisco de Assis, um Inácio de Loyola ou um Teilhard de Chardin.

Por outro lado a Sagrada Escritura afirma ser o Espírito Santo o princípio que dá vida e ação às criaturas (Sl 104,30). E não só aos seres vivos, mas a toda a criação (Gn 1,2). Deste modo não se pode limitar, como aconteceu na tradição ocidental, a ação do Espírito Santo apenas ao âmbito da salvação do ser humano. Toda a criação é por Ele atingida e assim dotada de um dinamismo interno, que a vivifica por dentro. Daí poder Paulo afirmar que “a criação inteira geme ainda agora nas dores do parto” (Rm 8,22) por se ver impedida de realizar sua finalidade última, já que a força do Espírito atua também nela.

A ação do Espírito, como amor pessoal do Pai e do Filho, é conseqüentemente o amor de Deus que é derramado em nossos corações (Rm 5,5). Sabemos que sua ação é “cristofórmica”, a saber, visa a plasmar Jesus Cristo em nós, levar-nos a ser filhos do Pai. Quanto mais seguimos a ação do Espírito (Gl 5,25) tanto mais assumimos a postura existencial de Jesus Cristo, tanto mais viveremos o núcleo da vida cristã, tanto mais (não em palavras ou propósitos, mas no cotidiano vivido) realizamos o “Tomai, Senhor, e recebei” (234).

Os quatro pontos de Santo Inácio apresentam na linguagem de então a verdade última, a dimensão divina de cada criatura. Tudo nasce do amor, dinamiza para o amor, se realiza no amor. Não um amor de sentimentos, mas um amor de atos, um amor-serviço (233). Crescendo a entrega no serviço, cresce também a percepção do divino no criado, cresce a vivência do “buscar e encontrar Deus em tudo”. Cresce também Cristo dentro do cristão (Gl 2,20), pois o Espírito Santo é o Espírito de Cristo, o Espírito que agiu em Jesus e que age do mesmo modo em nós, levando-nos à atitude fundamental de sermos “filhos de Deus”. A familiaridade com Deus implica a ação do Filho e do Espírito conduzindo-nos ao Pai.

  1. A ajuda desta contemplação para o cristão de hoje

Apontaremos apenas alguns tópicos que nos parecem mais pertinentes. Sem dúvida, hoje, o imaginário social secularizado constitui uma importante dificuldade à vivência da fé cristã. Se considerarmos com atenção o que se deu na proximidade do Cardoner com Santo Inácio, temos que reconhecer que ele ganhou neste episódio não só uma grande graça mística,  mas  também  um  novo  quadro  interpretativo  para  sua  vida.  Um  quadro interpretativo que não foi apenas conhecido, mas que plasmou a identidade do peregrino de Loyola. É este mesmo imaginário, determinado pela luz de Cristo e pela ação do Espírito, que Santo Inácio nos oferece, não como um imaginário social, partilhado por todos, mas como um imaginário pessoal, adquirido gradativamente em nossa história, experimentado na fidelidade à dinâmica dos Exercícios, que nos faz conceber e viver o cotidiano de modo específico.

Este modo especificamente cristão de vivermos nossa vida não significa fuga da sociedade, buscando refúgio em locais, tempos, grupos ou celebrações religiosas, que, aliás, não deixam de ter também seu sentido. Pois a atitude de fundo gerada pelos Exercícios Espirituais se demonstra tal precisamente na vida de cada dia, percebendo na realidade aparentemente “profana” o latejar divino em seu interior, seja nas coisas, nos eventos, nas pessoas. O que não logrou a teologia de seu tempo conseguiu a mística de Inácio: superar o dualismo entre natural e sobrenatural. Correção importante a uma separação teórica que
tanto mal ocasionou ao cristianismo e ainda hoje marca o imaginário de muitos cristãos. Ensinamento muito oportuno numa época em que os cristãos devem viver numa sociedade secularizada embora a ela não pertençam. No fundo, embora vivendo numa sociedade de cristandade, a mística inaciana de buscar e achar Deus em todas as coisas demonstra que o cristão, mesmo com a diminuição social dos sinais religiosos no espaço público, pode realizar sua fé.

A modernidade significa para muitos o protagonismo sempre maior da pessoa humana com a diminuição e mesmo o desaparecimento da ação de Deus na construção do mundo e da história. O problema da modernidade é ver no Transcendente uma ameaça à autonomia e maioridade da pessoa, uma tentação que nos desviaria das tarefas terrestres, constituindo assim um obstáculo para a construção da paz e da justiça. Esta concepção que considera Deus e o homem em concorrência é falsa, pois Deus é transcendente e, como tal, é quem possibilita a própria ação humana. Quanto mais emerge o ser humano, tanto mais intensa é a ação de Deus que o capacita para tal performance. Este é o pensamento de Santo Inácio ao nos convidar a ir além das aparências com um olhar de fé e descobrir a presença atuante do Espírito em qualquer atividade humana. Ou traduzido numa linguagem de ação: tanto se deve evitar o ativismo pelagiano quanto o quietismo espiritualista. Daí, agir como se tudo dependesse de nós e igualmente confiar em Deus como se tudo dele dependesse.

A ênfase na subjetividade própria de nossos dias aparece para muitos estudiosos como uma reação à cultura moderna enquanto dominada por uma racionalidade utilitarista, fria e desprovida de uma finalidade mais elevada. Contra este confinamento da vida numa ordem puramente imanente se rebela acertadamente a juventude. Também não a satisfaz certo moralismo ou juridicismo encontrado na Igreja enquanto instituição. Ela anseia por experiência pessoal do sagrado, por uma exploração autônoma, por uma caminhada própria. A espiritualidade inaciana respeita o que K. Rahner chamava de “ética existencial” ao partir da ação pessoal e singular de Deus em cada pessoa, ao oferecer critérios para discernir tal ação e ao respeitar seja a liberdade divina como a humana. Espiritualidade que descarta de antemão enquadrar o indivíduo em normas gerais, válidas para todos. Portanto, espiritualidade menos mecânica e mais difícil de ser captada e aplicada.

Dentro deste quadro a contemplação para alcançar o amor oferece uma contribuição básica. Se considerarmos os Exercícios Espirituais como uma pedagogia da liberdade (o que não pode ser negado), então o progressivo amadurecimento da liberdade em vista de capacitar o exercitante para a “eleição” é também um processo para preparar a pessoa para saber e poder discernir. Com outras palavras, para saber e poder encontrar a vontade de Deus em todas as coisas, ou para usar sua liberdade em consonância com a liberdade divina. E como cada pessoa é única, também é única a vontade de Deus a seu respeito. Aqui cada um vai trilhar o caminho pessoal querido por Deus, cada um vai entrar numa aventura que é só sua. Esta contemplação, ao criar um imaginário interior que capacita o encontro com Deus em tudo, leva ao exercício contínuo deste encontro e potencializa o cristão a viver sua fé não como concretização de uma norma geral, mas como algo único e pessoal porque assim o quis o próprio Deus.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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