foto nova zeca

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Passando por uma estrada, João foi assaltado por dois rapazes, quase adolescentes armados com armas de fogo, que interceptaram seu carro. Teve sorte em sair desse assalto com vida, perdendo apenas o carro, algum dinheiro e documentos. Mas perdeu bem mais do que isso, pois o restinho de fé que lhe restava evaporou com o suor que colou suas roupas ao corpo trêmulo. Ele caminhou menos de meio quilômetro até encontrar uma patrulha, estacionada, com dois policiais educados, mas que alegaram não poder ajudá-lo, já que não podiam sair do local. E que quase 100 veículos são roubados diariamente naquela área, muitos com mortes. Por aí já se vê que os próprios policiais não passam de vítimas em um país com leis retrógradas e péssima distribuição de renda, que não se preocupa com a base de uma sociedade saudável: educação, saúde e segurança. Os políticos brasileiros têm a fama (e o costume) de saquear o país desde sempre. E o cidadão que trabalha, paga impostos e produz riquezas é condenado a sustentar esses corruptos e ladrões, sentindo-se impotente para tentar mudar alguma coisa nesse triste e trágico quadro.
O brasileiro não precisa de esmolas como o Bolsa Família ou o Fome Zero (este nem saiu do papel!). O brasileiro precisa é de um atendimento decente nos hospitais e postos de saúde, educação de qualidade para todos e trabalho digno. Com trabalho decentemente remunerado, a família pode manter seus filhos na escola e terá certeza de um atendimento eficiente no momento em que qualquer doença ameaçar qualquer dos seus membros.
Para que existam empregos decentes, o governo precisa baixar os impostos escorchantes que cobra de quem investe em uma empresa, reduzir ao mínimo a burocracia que emperra os caminhos produtivos e distributivos e montar um esquema que impeça a corrupção, hoje livremente exercida em todos os escalões governamentais. E investir no que é seu papel fundamental: educação, saúde e segurança. Do resto, os brasileiros e os investidores se ocupam. Num cenário mais limpo como esse, as empresas ganhariam vigor e competitividade, os empregos se alastrariam e todos poderiam obter mais dignidade em suas vidas, mesmo simples.
E o que nós, brasileiros, podemos fazer para lutar por um país mais justo, mais eficiente?
Podemos usar a maior arma de que dispomos: o voto! Conscientemente!

Deveríamos atentar para os candidatos que se apresentam com seus discursos e suas promessas eleitoreiras e, num primeiro momento, selecionar alguns que, por alguns motivos, nos pareceram mais confiáveis. Esses candidatos, neste momento, são os que pleiteiam vagas como Deputados Estaduais, Deputados Federais, Senadores, Governadores e, finalmente, Presidente da República. Feita essa primeira seleção, devemos procurar maiores informações a respeito de cada um deles. Sua vida pregressa, seus trabalhos particulares ou públicos, o tipo de vida que levam, relações familiares, pessoais, etc.. Tudo o que pudermos descobrir a respeito deles será importante. Se já forem políticos, melhor. Podemos analisar seus mandatos, o que realmente fizeram, como se comportaram, se têm algum processo, se foram acusados de algo escuso e se essa acusação procedia. A internet pode ser de ótima serventia para isso. Enfim, sei que é um pouco trabalhoso, mas não podemos esquecer que, com nossos votos, estaremos entregando o nosso futuro, o da nossa cidade, do nosso estado e do nosso país nas mãos dessas pessoas que, nada mais serão do que os nossos representantes junto ao governo. Nesse processo seletivo, vários cairão por conta desse levantamento de seus feitos até agora. Até que, finalmente, tenhamos em mãos os candidatos que consideramos mais dignos de receberem nosso voto.

Certos de nossas opções de voto, devemos anotar os nomes, programas e promessas de governo para que possamos fiscalizar atentamente seus atos quando eleitos e empossados. Para cobrarmos insistentemente deles, sem trégua, nem tolerância. Afinal, foram eleitos para realizarem seus programas e cumprirem suas promessas. É natural que sejam cobrados por isso! O que acontece atualmente é que ninguém (pelo menos, a grande maioria dos eleitores) costuma selecionar seus candidatos e, por isso mesmo, acabam nem se lembrando mais de quem votaram. Devemos assumir um compromisso conosco mesmos. E porisso devemos anotar os nossos candidatos e cobrarmos deles aquilo que não fizeram. Uma cobrança consciente e permanente irá minando a situação atual onde ninguém liga para nada e, aos poucos, um pouco mais de responsabilidade irá se instalando nos vários escalões. (2006)

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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