A rua totalmente deserta. Um homem de meia idade era seu único habitante. Aqui do alto eu o apreciava. Primeiro ele chegou de mansinho…depois…..a rua era dele , só sua. Rodopiava, levantava os braços onde a música era o vento frio do mar e o silêncio da noite. Mas isso era o que de menos importava. Em um dado momento, tirou as sandálias dos pés e jogava para o alto com toda sua forca. O chinelo subia alto e em baixo ele levantava os braços como se fossem gaivotas em bando. A sandália caía e logo ele jogava e começava tudo outra vez repetidamente. Era um verdadeiro baile gratuito e lindo. Ora os chinelos estavam em suas mãos alongando os braços desnudos, ora no alto mais alto que os postes. O espetáculo durou bastante… até que ele cansou. Sentou -se, repousou e continuou sua caminhada como se fosse um homem comum….muito comum…….