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Existem momentos tão especiais em nossas vidas que sem pensar dizemos e prometemos qualquer coisa.
Essa semana, chocou-me as imagens de uma mãe na enchente, prestes a dar a luz a seu filho, saindo num barco, fugindo das águas….
Fiquei imaginando o que se passaria naquele momento em sua cabeça. Quantas incertezas, quanta insegurança, quanto sofrimento…. Tenho certeza que naquele momento ela pensava mais em seu filho do que nela mesma.
Lembrei-me da promessa ingênua que fiz a um dos meus filhos um dia, num momento lindo entre nós. Eu amamentava numa cadeira de balanço e aqueles olhinhos fixos em mim pareciam dizer: “estou em suas mãos mãe, obrigado por este momento….”.
Diante disso, tão naturalmente eu disse: “prometo que nada de mal vai te acontecer meu filho”. Promessa inocente. Como alguém pode prometer isso? Desde que nascem eles se tornam filhos da vida, do mundo e de todas as inseguranças que cercam nossos destinos. Mas coração de mãe muitas vezes não pensa. Age por instinto, pelo instinto mais maravilhoso que pode haver no mundo: o instinto do amor…..E o amor…ah! o amor…quantas promessas são ditas em nome dele. Nada mais puro e ingênuo que o amor. Falo do amor verdadeiro, do amor que doa, que nada, absolutamente nada pede em troca, o amor que falta a esse mundo, o amor de mãe…..
Se todo mundo tivesse esse tipo de amor em seus corações, o mundo estaria muito melhor. Todos seriam mais solidários, menos egoístas e consequentemente mais felizes.
Pois mãe passa por cima das próprias dores, disfarçando-as para que seus filhos não sofram. Mãe acredita, ajuda, sofre junto, valoriza cada conquista, elogia, aconselha, estimula…. ah..se os corações do mundo fossem assim!!
A mãe que é capaz de não comer para que seus filhos comam, de passar a noite em claro esperando no sofá, de sofrer junto como se os corações fossem unos, de chorar de emoção a cada pequena conquista, de dar sermões por por mais de uma hora e arrepender-se morrendo de vontade de beijá-los, mas segurando o tranco por acreditar que suas palavras são eternos ensinamentos. A mãe que acha que os filhos nunca crescem e que liga várias vezes ao dia só pra sentir, pela sua voz, se está com algum problema. A mãe a quem recorremos quando as dores do corpo e da alma parecem insuportáveis e cuja presença parece bálsamo nessas dores…
Hoje faço essa mínima homenagem a essas mulheres que tudo suportam em nome do amor de mãe e penso especialmente naquelas que estão desabrigadas, sem ter o que comer e na agonia de querer proteger seus filhos e dar-lhes abrigo, comida, cama, roupas e cobertores e simplesmente não poderem. E por cada grito de desespero e lágrima de desesperança e sofrimento peço uma oração, um olhar, uma mão caridosa e a proteção daquele que pode mais do que nós, por que essa dor é uma das dores que jamais poderá ser descrita com palavras.
Hoje gostaria de desejar um “Feliz Dia das Mães” a todas as mães do mundo, mas aperta-me o coração saber que felicidade passa longe de tantas e tantas mães que sofrem pelos seus filhos e por elas mesmas.
Deixo então apenas essa mensagem, que saiu de repente, sem a menor pretensão de ser perfeita, mas vinda de um coração de mãe que ama como mãe e como filha e que entende como a máquina mãe funciona.

Obs: A autora é poeta, administradora e editora da Revista Perto de Casa.
http://pertodecasa.rec.br/

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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