zeca Poder e impunidade

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O que você achou das eleições deste ano?

Poder é poder, no mais verdadeiro sentido dessa palavra. Na política, poder é o que conferimos a alguém que irá nos representar, ou mesmo nos governar, através do voto. É adquirido por alguém que se candidata a isso e nos convence de que é a pessoa certa. Esse poder inclui a obrigação de fazer o que for melhor para a sociedade como um todo, de onde veio a garantia de liderança.

Nas últimas eleições, especialmente no segundo turno, muito se falou sobre a “falência” dos partidos políticos e o surgimento de novas lideranças, mas o que vi, de verdade, foi o claro recado de desencanto e desconfiança, com a enormidade de votos brancos e nulos, principalmente nas maiores cidades do país.

Em meio à condenação popular e do STF à promiscuidade política, o que mais se discutiu foram os escândalos políticos e o crescimento, a olhos vistos, da violência por toda parte. Os partidos políticos foram se multiplicando tanto ao longo dos anos que agora fica claro que a grande maioria serve apenas como moeda de troca para cargos políticos em troca de alianças inacreditavelmente incoerentes.

Os políticos que se apresentaram aos eleitores não tinham programas, projetos, propostas. Tinham críticas aos oponentes, roupa suja sendo lavada nas telas das TVs dentro das nossas salas de estar. E nós, pobres eleitores, cada vez mais mal informados, nos vimos sem escolha diante de candidatos fabricados, verdadeiros paus mandados, que proferiam discursos ocos, vazios, inconsistentes, utilizando velhos chavões, vangloriando-se de que eram os melhores em tudo e que eles sim, fariam a diferença no cenário político nacional.

Cargos públicos loteados, alianças compradas, concessões indesejadas e, do outro lado, a saúde, a educação, a segurança e todos os demais serviços que os governantes têm obrigação de oferecer aos cidadãos, relegados a segundo plano, sem perspectiva, sem horizonte, sem esperança.

Na verdade, nos últimos anos vem crescendo a teoria de que, para governar, o governante precisa abrir mão dos ideais, dos programas e das propostas, para arregimentar para o seu lado parte dos partidos e políticos para ter maioria, praticamente sem oposição. É a troca do poder pelo poder. Essa é uma tática de promiscuidade que só pode gerar o que temos visto crescer a cada dia em nosso país: a corrupção e a impunidade.

Eu falo, brigo, exijo meus direitos! Mesmo que não seja ouvido e, muito menos, atendido. Procuro saber quem são os candidatos, independente dos partidos aos quais pertençam, já que os partidos atuais, para mim, não existem mais. E voto naquele que melhor me pareceu, naquele que apresenta uma ficha limpa e, preferencialmente, uma lista de bons trabalhos em prol da comunidade. Mas esse nem sempre será eleito!

E agora, preparemo-nos para aturar os maus políticos que elegemos e que darão continuidade a tudo isso que está aí por, pelo menos, mais quatro anos.

E você? O que acha disso tudo?  ( 17.11.12)

Obs: Imagem enviada pelo autor.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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