
Tudo era mais fácil no tempo da escola –
devíamos satisfazer questões simples:
dizer quando se dá solstício,
responder quem foi Heródoto,
calcular o raio da esfera,
classificar orações subordinadas.
O professor anotava o ponto
e a campainha tocava.
Hoje as pessoas lá fora, entorpecidas
agridem-se com interjeições e crases
enquanto os números fazem terrorismo
com cifras todo santo fim de mês.
Pior que já não há sinetas que toquem
mas sim buzinas e grupos de pagode.
Obs: Texto retirado do livro do autor – É Lenta a Palavra Tempo –
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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