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Minha vontade às vezes é de acreditar que elas existem. Talvez fosse mais fácil, e soasse mais verdadeiro do que certas coisas que eu “acredito”.
Parecia uma coisa tão fácil, acreditar. É só ter fé. Mas ter fé em quê? Tudo parece falso. Eu me sinto falsa, fingida, forçada. Dou sorrisos que não existem, digo palavras que não são minhas e uso gestos que não são meus. E é nessas horas que eu volto a repetir. Seria mais fácil acreditar que elas existem.
Elas quem? Ora, aquelas que todos nós, pelo menos uma fração de segundos já acreditaram. Nas fadas.
Fadas que tomavam conta dos sonhos, das brincadeiras, dos desenhos, das canções. Fadas que eram puras, lindas, perfeitas. Que eram invariavelmente felizes.
E nessa loucura toda de fé, de acreditar, de motivos e propósitos é quando eu tenho vontade de sair no jardim e procurá-las. Dançar junto com os vaga-lumes, deixar bolo para elas nos ninhos de passarinho, construir uma linda casa, dar bom dia às borboletas, e pedindo que enviassem recados às amigas.
Com todos esses desejos, com toda essa ânsia de acreditar e de achá-las, com toda essa loucura de ser criança, de ser adulta, com toda essa confusão, perdoe-me se eu me perder para sempre na Terra do Nunca, em companhia de Peter Pan, dos índios vermelhos, do velho Hoock, para me tornar, de uma vez por todas, uma delas.