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Eu achava que conhecia as pessoas. Pelo menos aquelas que estavam perto de mim. E fui percebendo, um dia após o outro, que não as conheço. Nem à elas, nem à mim.
Perdi a conta das apunhaladas pelas costas. Perdi a conta dos risos de deboche, dos cochichos, das fofocas. Perdi a conta das lágrimas que derramei ao ler palavras que achava lindas, coloridas, e hoje não passam de vazios no papel. Perdi a conta dos pseudo-amigos que já passaram por mim.
Mas aqueles que ficaram, aqueles que me ajudaram a levantar, que secaram minhas lágrimas, aqueles que estão comigo, abertamente, esses eu consigo contar. Claramente.
E hoje não choro mais. Hoje eu não sinto mais raiva, nem mágoa. Pra falar a verdade, nem dó ou nojo eu sinto mais. São pessoas que me fizeram bem, que me fizeram feliz, e acharam outro jeito de serem felizes sem mim.
Para ambos, só tenho um conselho: Não suba a escada para o sucesso pisando em outros. Fazer isso te dá o direito de também ser pisado. Então guarde para si os comentários maldosos, os olhares de chacota, os narizes torcidos.
Já é difícil viver, conviver e sobreviver hoje. Não precisamos de cada vez mais pessoas fazendo de tudo para derrubar o outro, machucar o outro, magoar o outro. Não peço para que goste de tudo e de todos, mas que saiba lidar até com aquele que você não gosta.
Sabe aquele velho conselho de avó? Não faça para o outro o que não gostaria que fizessem para você? Deveríamos pensar mais nisso.