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Época de repreensão. Plena ditadura, regras principais para ser feliz e viver bem: “isso não pode, é proibido”, “pensar é pecado, cuidado com o que imagina ou deseja”.
E assim crescia Amélia. “Isso é transgressão”. “Aquilo também”. “Que sentimento é esse?”. “Sexualidade? Palavrão!!!”.
Na infância e adolescência impuseram seus costumes. Tornou-se mulher.
Conheceu o Zé… Era casado. Ditador de lábias e conquistas. Levou Amélia às alturas da paixão. Amélia amava, Amélia sonhava… Zé gozava. Amélia continuou sonhando, Zé foi embora em busca de outra emoção. Amélia começou a se sentir culpada, pelo erro de amar, pela vergonha de se entregar, pela rejeição de Zé.
Amélia ficou doente… Estresse, depressão, síndrome do pânico. Julgamento.
Ela era a bruxa malvada. Ele o santo coitado. Homem pode tudo, a mulher é sempre culpada, mil vezes ao dia deve ser apedrejada.
“Pai… Perdoa porque não sabem o que fazem…” E Amélia perdoava a todos, menos a si mesma. Deixou de existir… Motivo? Amou… Mas não conseguiu se perdoar de mais puro dos pecados.