Não é mais novidade para ninguém que a população mundial está envelhecendo rapidamente. Progressos importantes no âmbito dos cuidados da saúde e medicina ocorridos no século passado contribuíram significativamente para que hoje as pessoas vivam mais em termos de tempo de vida, e também para que tenham mais qualidade de vida e saúde neste tempo a mais.

Mas surgiram também novos desafios de cuidados de saúde com as chamadas doenças crônico-degenerativas neste cenário. Estima-se que para o ano 2050 a população mundial com idade acima de 60 anos será de 2 bilhões.

Este crescimento da população idosa no mundo tem elevado significativamente o número de casos de mal de Alzheimer, uma doença neurodegenerativa que atinge principalmente as pessoas com idade entre 60-90 anos.

A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência, e praticamente corresponde de 60-70% de todos os casos.  Demência é uma síndrome que devido à doença do cérebro- normalmente de natureza crônica e degenerativa – provoca múltiplos distúrbios das funções corticais superiores, incluindo memória, pensamento, orientação, compreensão, cálculo, capacidade de aprendizado, linguagem e julgamento.

A consciência não é alterada. O comprometimento das funções cognitivas normalmente é acompanhado e, ocasionalmente, precedido por alterações no comportamento emocional e social, capacidade de controle e motivação.

O nome desta doença refere-se ao médico alemão Alois Alzheimer, o primeiro a descrever a doença em 1906. Ele estudou o caso da sua paciente Auguste Deter, que aos 51 anos desenvolveu um quadro de perda progressiva de memória, desorientação, distúrbio de linguagem, tornando-se incapaz de cuidar-se. Após seu falecimento, aos 55 anos, o Dr. Alzheimer examinou seu cérebro e descreveu as alterações que hoje são conhecidas como características da doença.  Não sabemos por que a doença ocorre, sabemos das lesões cerebrais características.

As duas principais alterações que se apresentam são as placas senis decorrentes do depósito de proteína beta-amilóide e os emaranhados neurofibrilares, causados pela hiperfosforilação da proteína Tau. Outra alteração é a redução do número das células nervosas, ou neurônios e das ligações entre elas (sinapses), com a diminuição progressiva do tamanho do cérebro.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que existam no mundo cerca de 35,6 milhões de portadores do Alzheimer. No Brasil, segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz) cerca de 1,2 milhão de pessoas foram diagnosticadas com a doença. Previsões da OMS indicam que, nos próximos 40 anos, teremos 115 milhões de pessoas portadoras da doença de Alzheimer.

A idade é o principal fator para o mal de Alzheimer. Após os 65 anos, o risco de desenvolver a doença dobra a cada cinco anos. Os familiares de pacientes com Alzheimer têm maior possibilidade de desenvolver a mesma doença no futuro, mas isso não quer dizer que a doença seja hereditária. Se o pai ou mãe forem afetados, a probabilidade de os filhos também serem afetados é 15% a 30% maior do que nos pacientes sem histórico familiar.

O mal de Alzheimer é uma doença devastadora que furta pouco a pouco a independência e, posteriormente, a vida. O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que provoca o comprometimento das funções intelectuais, alterando o comportamento e a personalidade, além de interferir negativamente nas atividades profissionais e sociais (continua II).

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Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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