Abraçando-se, sorria e balançava-se feliz. Os olhos, brilhantes jabuticabas, passeavam entre os meus e o grande embrulho colorido ao pé da árvore. Esperava meu sinal. – Vá. Pode pegar os presentes. – Lentamente se abaixou. Com um cuidado imenso, pegou o embrulho e levou-o a um canto da sala. Paramos todos para olhá-lo. Ele era todo um imenso sorriso. Entre suas perninhas surgiu um grande caminhão de bombeiros. Bateu palmas. Depois as pequenas mãos começaram as descobertas. Luzes se acenderam, sirene gritou e o caminhão saiu de dentro do seu pacote. Sorridente, abriu todos os outros presentes. Chamei-o para cear. Não quis. Sua fome, olhos, boca e sentidos estavam naqueles brinquedos coloridos que nunca tivera. Dormiu cercado por eles. No dia seguinte, minha filha o levou. Seu olhar era uma mistura de encantamento e despedida. O meu, ardência e calmaria. Era natal.
Obs: Imagem enviada pela autora.