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Ingenuamente lhe dei quase todos os meus sentimentos, os mais nobres… Os de pouca valia escondi debaixo dos pés de frutas do pomar que a minha alma gosta de cultivar. Dei-lhe os gnomos do jardim, os sapos e os príncipes das minhas histórias malucas, sempre do avesso e na contramão da vida. Deixei que pegasse minhas fadas e suas varinhas mágicas, minhas poções e feitiçarias, minhas manias de mexer os caldeirões. Fiquei com minha vontade de com apenas um ‘plim’ fazer florir, outra vez, e mais outra, todos os recantos que me sonegou, que isso o tempo se encarregou de não me deixar abrir mão ou esquecer. E agora que fiquei vazia sobrou só a pergunta Onde encontro você para me devolver a mim?
Obs: Imagem enviada pela autora.