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Todos os dias, nas manhãs, eu via
velha mansarda e, cândida à janela,
uma menina, olhos azuis, tão bela
que, até com minha sisudez, sorria.
Eu meditava: “Que mistério havia
naquele olhar daquela alma singela?
Pois quanto mais eu me afastava dela
meu pensamento mais a ela servia.
Atormentado, resolvi indagar:
“Diga, menina… o que há para se olhar?
O que te apraz no mundo assaz cruento?”
“Não sei, senhor… Não posso ver… sou cega;
mas sinto o amor de Deus que a mim se entrega
no sol… na chuva… nos beijos do vento…”.
Obs: Maurício Cavalheiro, membro da Academia Pindamonhagabense de Letras é autor de: Lágrimas de Amor – poesia; O sapinho jogador de futebol – infantil; O estuprador de velhinhas & outros casos – contos; Histórias de uma índia puri – infanto-juvenil; O casamento do Conde Fá com a Princesa do Norte, e Um caso de amor na Parada Vovó Laurinda – cordéis.