zeca os meus natais

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Assim como existem as pessoas que não curtem o Natal ou os seus símbolos, existem outras que curtem muito tudo isso e, entre essas pessoas, eu me incluo.
Tenho o privilégio de ter nascido em uma família que podia curtir as tradições natalinas, inclusive o Papai Noel, que trazia os meus presentes e os do meu irmão todos os Natais. Como nós, meus primos, amigos e colegas de escola fomos criados acreditando que, para receber a misteriosa visita do Papai Noel, deveríamos ser bons filhos, bons alunos, bons amigos. E nossas infâncias foram alegres e tranquilas, como as de tantas outras crianças. Eu não tive filhos. Mas meu irmão, primos e amigos de infância tiveram e a maioria deles criou os seus de forma parecida àquela que tivemos na infância, inclusive com as tradições de Natal, Páscoa, Dia das Crianças, das Mães, dos Pais, dos Professores…

Sempre soube que existiam as crianças mais pobres que não ganhavam presentes e sempre fomos estimulados a doar parte dos nossos brinquedos e roupas para alegrar um pouco a vida dessas crianças. Íamos à Missa do Galo e fazíamos nossas orações, seguidas por uma lauta ceia que a boa situação financeira dos meus pais permitia. Pecávamos por isso? Não! Apenas usufruíamos de uma situação criada, inclusive, pelo trabalho incessante dos meus pais para podermos ter uma vida melhor. Existiam as diferenças, as pessoas muito mais pobres e sem condições, mas se deixássemos de comemorar o Natal, nada mudaria nas vidas delas! De nossa parte, o que podíamos fazer – e fazíamos – era sempre (não apenas no Natal) ajudarmos algumas pessoas, dando-lhes ou trabalho, ou alimentos, roupas, medicamentos, o que precisassem.

Há algum mal em curtir essas festas? Em deixar que as crianças sonhem e fantasiem com esses mitos? Eu, pessoalmente, não vejo mal algum.
Eu não tive filhos, mas o meu irmão tem três, hoje adultos, que foram criados como nós: dentro das tradições de Natal e de Páscoa, com Papai Noel, Coelhinho e tudo o que tivessem direito. Uma vez, por ocasião do Natal, eu mesmo, na falta de uma roupa de Papai Noel, me fantasiei de palhaço para alegrar a noite dos meus sobrinhos e eles ficaram fascinados com a figura do palhaço que era ajudante do Papai Noel. Depois, quando um deles descobriu que o palhaço era eu, a farra foi ainda maior, com gritaria e algazarra próprias de crianças saudáveis e de bem com a vida.

Eu, particularmente, gosto de tudo. Gosto de árvore de Natal, presépio, luzes coloridas, pisca-piscas, bolas de Natal, Papai Noel, das vitrines enfeitadas, das ruas iluminadas, dos shopping centers e suas feéricas de corações. Gosto do espírito natalino que se espalha pelo ar – não se vê, não se toca, mas pode-se sentir – e acaba contagiando as pessoas. Gosto mais de presentear do que de ser presenteado, embora não seja propriamente um consumista. Ainda gosto de preparar presentes para dar, coisas feitas e embaladas por mim, com carinho e amor.

Obs: Imagem enviada pelo autor.

 

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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