Um vulto, um déjà vu, algo assim na esquina do olhar que a pretexto de ser visto instiga o coração. È isso! A sensação da mudança, o efervescer do sangue que pressente o novo cenário se aproximando. Aquele vazio lotado de expectativas, esperanças. O rubor na derme débil que se arrastou no labirinto escuro e úmido de uma relação impossível. Os odores carismáticos se apiedando e causando torpor nos extremos traços dos sentidos. Aquele algo que antecede o êxtase, alguma coisa como um após orgasmo, uma apostasia de si.
E na outra margem o agora delirante se esforça para ser plausível refrescando-se com um leque de possibilidades. Uma volta às origens, um retorno as vertigens densas daqueles momentos de liberdade, a possibilidade de novamente ser inconseqüente, de ser imprudente, mesmo sendo pragmático. Viver! Finalmente! Mesmo que seja tenso, ainda que esteja propenso e batizado com o viés da desilusão. Ainda assim terá seu valor apenas um breve momento de felicidade. O frisson faz a queda valer à pena.