Ana Eliza Machado 1 de dezembro de 2015

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São engraçadas, as cicatrizes. Elas ficam ali, estampadas, nos fazendo de retalhos, memória do que já passou, marcas de batalhas em que saímos vitoriosos, ou perdedores.
Cicatriz arde, coça. Se faz visível assim, do nada. Mas é pra se fazer presente, pra gente não esquecer.
E mais ainda que as externas, são as cicatrizes internas que mais ardem. Conseguem se fazer visíveis, com qualquer coisa. E ardem, coçam, incomodam. E também alegram.
E hoje não poderia ter sido diferente. As cicatrizes coçaram e eu, masoquista, me vesti de lembranças pra ver se aquela coceirinha ficava ali, martelando, lembrança palpável do que foi.
Mas foi tudo muito rápido, passou logo. Talvez porque ela já tenha entrado em dormência. Talvez porque nem era pra arder tanto assim.
A verdade é que eu achava que ela poderia se abrir de novo, rasgar. Mas quer saber?! Nada melhor do que o tempo como linha de sutura.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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