Deus sonhou com um mundo onde a vida fosse fundamentada nos valores autênticos, por eles fosse orientada e neles tivesse a sua garantia, de tal modo a se criar uma cultura da vida – o que implica em cultivar a paz, promover a unidade e desenvolver a mística do perdão, da misericórdia, da compaixão – e assim construir a civilização do amor. Não obstante, vivemos num mundo marcado pelo egoísmo e pela ganância, pela falta de sensibilidade e pela competição, pela intolerância e pelo ódio que geram guerras, miséria, violência e morte.
Para que o mundo sonhado por Deus possa acontecer, faz-se necessário ter um coração que escuta, acolhe e ama, isto é, faz-se necessário cultivar sentimentos de compaixão, superando todo sentimento de parcialidade e reconhecendo que, como nós, todos têm o mesmo anseio básico de felicidade.
Contemplando a realidade do mundo em que vivemos e a história presente, chegamos à triste conclusão de que muitas pessoas perderam o sentido da vida porque deixaram de amar. O sinal disso é a incapacidade de conviverem umas com as outras. E, quem perde o sentido da vida, passa a ver e a tratar os outros como inimigos, embora os grandes inimigos, a quem queremos acusar e enfrentar, estejam dentro de nós.