Edilberto 2015 blog

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Novamente um ditado curto e certo faz sentido nesta análise da semana: “Quando a barba do vizinho está pegando fogo, o certo é agente botar a própria de molho…”. O Evangelho de Jesus Cristo traz uma afirmação do mestre apropriada também: “Dizia ele aos doutores da lei – vocês sabem interpretar os sinais quando o dia vem clareando com céu limpo dizem hoje será u dia lindo; quando à tardinha o céu fica escuro dizem, lá vem  chuva. Mas não sabem ler os sinais da vida”… Pois então, precisamos nós  saber ler os sinais do empo e botar a barba de molho. Muitos devem ter visto nestes últimos dias na televisão e ouvido pelo rádio, a tragédia em Minas Gerais. Um jornal sério deu a seguinte leitura: “ Desastre em Minas Gerais alerta para a urgência do debate sobre o modelo de desenvolvimento do país. O rompimento das duas barragens de rejeitos de minério de ferro(isto é, a extração de  minérios é da Samarco, ( que pertence à Multinacional VALE) é um exemplo de como o atual modelo de desenvolvimento brasileiro é um risco para o meio ambiente e para a própria vida das pessoas”. Vamos entender a gravidade do desastre em Minas Gerais: mais de duas mil famílias ficaram sem casa, sem roupa, sem peixe do rio, sem terra para trabalhar e até sem água para beber pois o rio ficou completamente envenenado. Estão mortos os rios que receberam a lama e podridão da barragem.

E agora, que podemos pensar? Tudo isso e mais poderá acontecer em Belo Monte e no rio Tapajós, se deixarmos construírem as desgraças de São Luiz do Tapajós.  Em Minas foi uma barragem de rejeito de minérios, mas no rio Teles Pires uma barragem nova da hidroelétrica de lá já se rompeu. Que nos garante que a barragem de Belo Monte não vai romper?

Infelizmente ainda há pessoas em Santarém, Belterra, Mojuí, Aveiro, Trairão, Itaituba, Jacarecanga, que estão de braços cruzados sem se importar com a desgraças das hidroelétricas; uns nem sabem o que está acontecendo, outros ainda até aplaudem e pensam que virá melhoria de vida para nós do Tapajós. Precisamos aprender a ler os sinais do tempo e um deles está sendo a tragédia de  Minas Gerais. Queremos esperar por algo assim no Tapajós? E se não, o que já podemos fazer?

Obs: Coordenador da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém (PA) e membro do Movimento Tapajós Vivo.
Autor dos livros: Amazônia: o que será amanhâ? (Vol I e II) e Uma revolução que ainda não aconteceu.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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