Para desnudar e mostrar um pouco do que vai à alma e, assim, conhecer a flor mimosa que lá existe. Por isso tanto se escreve: por atos, não por culpa ou grande culpa, só o prazer de escrever.
Ao escrever, tenta-se coordenar pensamentos com coerência. Outras vezes, eles vêm de forma fugaz e tênue. Então, entra-se na cadência que o momento dá e se escreve sobre atos, atitudes, comportamento, emissão de sinais, tristeza, saudade, amor. Portanto, na maior parte das vezes, quem escreve, o faz, por atos, não por culpa ou grande culpa.
Escrevendo, esquece-se o mundo ao redor. Não se ouve, não se fala, não se vê, não se cansa. Só se pensa no que se escreve, concatenando pensamentos sobre porquê tanto escreve: por atos, culpas ou grande culpa?
Acaso tenha culpa, esta será por não escrever tudo que se quer, por se conter e ser tão covarde. O medo deixa a pessoa covarde. Pode-se, também, sentir culpa por omissão em não escrever sobre temas sociais, humanos, atuais ou filosóficos. Mas quem gostaria de ler tais temas?
O medo de escrever trás covardia em estar se mostrando. Escrever por grande culpa em ser medíocre e não ser mais racional e fria. Talvez aí esteja a diferença. A covardia, o medo, a mediocridade se anulam pelo sentimento maior que persiste em sobreviver e florescer firme num coração quente que abraça esse sentimento, dando força para rejeitar todo e qualquer outro, diferente desse amor que sinto em escrever o que vem na alma.