Ana Eliza Machado 15 de novembro de 2015

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Sempre achei os números de uma frieza infindável. Não acho neles o conforto e o acolhimento que encontro nas letras. Estão ali só pelo fato de estarem, para transmitir quantidades, unidades. Números não tem caráter nenhum, não guardam nenhum sentimento escondido, não tem poesia alguma.
E o que incomoda é isso. Porque, em alguns aspectos, não passamos disso: números. Não importa nosso nome, nossa história, nossos sentimentos e pensamentos. O que importa é que estamos inseridos em números, nada mais.
Para algumas pessoas, não passamos de números de seguidores ou números na agenda de telefone; para os políticos, não passamos de números e estatísticas eleitorais; para a Receita Federal, somos alguns números que ao menor sinal de equívoco acarreta em alguns punhados de zeros; para os jornais, um massacre não passa de números.
Em um mundo onde a crosta de indignação já se cicatrizou; onde nada mais assusta ou surpreende; um mundo onde a frieza tem se tornado cada dia mais palpável, mais sensível, não é de se surpreender que tenhamos nos reduzido a nada mais do que simples estatísticas.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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