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Como na sala de aula, de vez em quando é preciso alertar que o recreio já terminou, e não se permite mais a desordem! Assim é preciso alertar as esferas governamentais, que o Brasil já não aguenta mais esta confusão que está acontecendo.

Já fazia tempo que a CNBB não se manifestava sobre a situação nacional. Agora ela voltou a falar. É sinal de que a situação é grave. É hora de reagir, para que, em tempo, seja revertida a situação de crise econômica, que decorre, sim, de fatores objetivos, mas que, infelizmente, vem sendo alimentada por interesses políticos, que agravam o problema.

A primeira advertência da CNBB se refere a esta mescla de dificuldades objetivas, que são alimentadas por entraves políticos, que não hesitam em inviabilizar a governabilidade, tirando proveito próprio das dificuldades, em vez de ajudar a solucioná-las.

Isto faz parecer que “todas as atividades do país estão paralisadas e sem rumo”, o que não é verdade, como explica a CNBB.  Citando o Papa Francisco, ele alerta que não devemos nos deixar envolver pela “sensação de derrota que nos transforma em pessimistas lamurientos e desencantados com cara de vinagre”.

Em meio a esta situação, a preocupação objetiva da CNBB é que fique garantida a governabilidade, “que implica o funcionamento adequado dos três poderes, distintos, mas harmônicos; recuperar o crescimento sustentável; diminuir as desigualdades; exigir profundas transformações na saúde e na educação; ampliar a infraestrutura, cuidar das populações mais vulneráveis, que são as primeiras a sofrer com os desmandos e intransigências dos que deveriam dar o exemplo”.

Outro ponto abordado se refere à continuidade das políticas sociais, que alguns têm a tentação de abandonar, como se isto fosse caminho de solução da crise.

Quanto a isto, a nota da CNBB é bem clara: “É preciso garantir o aprofundamento das conquistas sociais com vistas à construção de uma sociedade justa e igualitária. Cabe à sociedade civil exigir que os governantes do executivo, legislativo e judiciário recusem terminantemente mecanismos políticos que, disfarçados de solução, aprofundam a exclusão social e alimentam a violência”.

Entre as soluções equivocadas, são citadas “as tentativas de redução da maioridade penal, a flexibilização ou revogação do Estatuto do Desarmamento e a transferência da demarcação de terras indígenas para o Congresso Nacional.”

Continua a nota, afirmando que “no genuíno enfrentamento das atuais dificuldades pelas quais passa o país, não se pode abrir espaço para medidas que, de maneira oportunista, se apresentam como soluções fáceis para questões sabidamente graves e que exigem reflexão e discussão mais profundas com a sociedade”

Enfatiza que “a superação da crise passa pela recusa sistemática de toda e qualquer corrupção, pelo incremento do desenvolvimento sustentável e pelo diálogo que resulte num compromisso comum entre os responsáveis pela administração dos poderes do Estado e a sociedade”.  O Congresso Nacional e os partidos políticos têm o dever ético e moral de favorecer a busca de caminhos que recoloquem o país na normalidade.”

“É inadmissível alimentar a crise econômica com uma crise política irresponsável e inconsequente,” diz a nota da CNBB.

No final, invoca a proteção de Deus para esta hora importante que o país está vivendo.

Chega de bagunça. Terminou o recreio. Cada um faça sua lição de casa, com responsabilidade e competência!

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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